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quarta-feira, dezembro 27, 2006

* GALLERIA FERRARI.


História e paixão pela marca do "cavallino rampante". Veja aqui por que esse seria o passeio dos seus sonhos

Texto: Luís Felipe Figueiredo, de Maranello, Itália
Fotos: Luís Felipe Figueiredo

Que visitar um museu é voltar no tempo e entender como a história foi feita, isso tudo mundo sabe – embora, infelizmente, nem todos o façam. Mas visitar um museu da Ferrari é algo especial. Aberta em 1990, a Galleria Ferrari reúne momentos fundamentais da lendária marca do cavalinho rampante, criada por Enzo Ferrari.

O prédio está localizado na via Dino Ferrari, possui três andares e fica a poucos metros da própria fábrica da Ferrari, em Maranello. Fica próxima também da pista de Fiorano, de propriedade da marca, onde desde 1972 são testados e desenvolvidos os modelos Ferrari – de Fórmula 1, turismo ou os carros de rua. Modelos como o Testarossa, 360 Modena, F430 e o Enzo foram aprimorados nessa pista.

No piso térreo ficam uma lanchonete e a loja de produtos oficiais Ferrari. É bom se preparar: além da desvalorização do Real frente ao Euro, tudo o que leva a insígnia Ferrari é exclusivo – ou melhor, caro. Um boné com o cavalinho é vendido por € 29,90, ou algo próximo de R$ 90.
Miniaturas dos modelos famosos (Enzo, 456) não saem por menos de € 60. E há de tudo: camisetas, jaquetas, cavalinhos de pelúcia, chaveiros, roupas de criança e até uma boneca no estilo Barbie (!) com roupa Ferrari.

Também no térreo entra-se na galeria propriamente dita. Adultos pagam € 12 (R$ 36, aproximadamente) e crianças, € 8 (R$ 24). Mas cada euro vale a pena. Este é o piso dedicado às atividades na Fórmula 1. Já na entrada está o F2005, utilizado na temporada do ano passado – quando Michael Schumacher ostentou pela última vez o nº 1 em seu carro. À esquerda, há um belo painel fotográfico e desenhos de todos os 14 modelos campeões do mundo (a Ferrari possui 28 títulos, metade de Construtores, metade de Pilotos).

Estão expostos alguns modelos fundamentais da marca: o 312 T, de 1975, pilotado pelo austríaco Niki Lauda, equipado com motor de 12 cilindros contrapostos (que a Ferrari ironicamente chama de "V a 180º"); ao lado, o 126 C de 1981, do canadense Gilles Villeneuve, equipado com um V6 turbo de apenas 1,5 litro de cilindrada – e potência perto dos 1000 cv. O F1-89 do austríaco Gerhard Berger e o modelo que a Ferrari construiu para participar da F-Indy – o que nunca fez. Em uma caixa de acrílico estão expostas miniaturas de todos os carros de F1 construídos pela fábrica desde 1950.

Há fotos do commendatore Enzo Ferrari, trecho de um bilhete seu ao argentino Juan Manoel Fangio e uma réplica de seu escritório em Trento Trieste. Um boxe com equipamentos originais – incluindo o "muro" de monitoramento idêntico ao visto nos circuitos. Há também uma réplica da pista de Fiorano, com as casas em que já moraram o próprio Enzo, Michael Schumacher e, hoje, Felipe Massa se hospeda.

Subindo-se uma escada, no primeiro andar estão um pequeno cinema, uma sala de exibição (com o Dino, o belo 268 SP, de 1962 e o 500 Mondial, de 1953) e o auditório. Nesta seção da galeria são realizadas exposições temáticas – em nossa visita, estavam expostos alguns dos modelos equipados com motor V12, para comemorar o lançamento do 599 GTB Fiorano. Entre os modelos, o 1º V12 Ferrari, o 125 S, de 1947; o belo 550 Barchetta; e o 275 GTB/4 de 1964. Também em exibição estão blocos de V12, cabeçotes, motor (confira na foto a ordem de ignição dos cilindros) e conjunto motor/transmissão do 125 S.

No segundo andar estão os escritórios de administração da galeria e outra sala de exibição, em que na ocasião se comemoravam os 100 anos de nascimento de Piero Taruffi – piloto de carros e motos, projetista e diretor esportivo. Taruffi é uma lenda italiana, tendo vencido provas internacionais como a Carrera Panamericana de 1953, Volta da Sicília de 1954 e a Mille Miglia de 1957. Os carros em que ele realizou alguns de seus feitos estão ali, como o Alfa Romeo 8C 2300 de 1932, da Scuderia Ferrari (Enzo teve a equipe de competição antes da fábrica de carros), um Cisitalia D46 e um Lancia D24 de 1953. Divide o espaço o TARF "bisiluro", de 1948, projeto do próprio Taruffi com Carlo Giannini que utiliza motor de motocicleta.

Este é o andar tecnológico. Ali estão expostos vários "momentos" do 599 Fiorano. O painel do carro, seu monobloco, conjunto motor/transmissão e uma TV de plasma em que é veiculada a nova peça publicitária do modelo. Nela, um F40 e um 599 se encontram numa estrada deserta e partem para um "racha". Vence o modelo mais novo...

Há vários estudos de motores. De um V8 com comando de válvulas acionado por engrenagens (em vez de correia ou corrente) a um tricilíndrico de 1,34 litro e 130 cv e um monocilíndrico de 290 cm³, construído em 1992 para testes de componentes utilizados na F1. Também expostos motores do F430 e outros da Fórmula 1 – estes todos originais, com a indicação das provas em que foram utilizados.

Bem perto da galeria está a Ferrari Store, loja exclusiva da marca e mais completa, com outros itens (incluindo a jaqueta oficial, vendida por € 220, aproximadamente R$ 600). Até que essa loja fosse construída, a referência em Ferrari era a Warm-Up, que agora se tornou "multimarca", mas ainda reserva espaço especial aos produtos da escuderia. Ali é possível encontrar itens interessantes com preços mais em conta.

Para comer, a dica é o restaurante Montana, ao lado da pista de Fiorano. Nada como apreciar uma boa pasta em um ambiente todo decorado com itens de Fórmula 1 – de capacetes de pilotos (Renée Arnoux, Roberto Moreno e Nelson Piquet entre eles) a volantes, macacões originais e peças de carros –, autógrafos (de Niki Lauda, Eddie Irvine, Felipe Massa) e belas fotografias. Registros de momentos especiais, como aquele em que o próprio Michael Schumacher pilotou um dos fogões da casa.

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