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quarta-feira, janeiro 24, 2007

* DAKAR 2007: EQUIPE FAZ COLETIVA DE CHEGADA EM SÃO PAULO.

Equipe Petrobras Lubrax termina o Dakar 2007 completa e faz coletiva na chegada ao Brasil.

Na edição que marcou os 20 anos de participação da Equipe Petrobras Lubrax no Rally Dakar, os três veículos da equipe brasileira comemoraram a chegada ao Lago Rosa após vencer os 9 mil quilômetros do mais difícil rali do mundo. Desde 1999, trata-se da única equipe a competir nas três principais categorias do Dakar: carros, motos e caminhões. Voltar foi mais fácil, mas não menos corrido: os membros do time voaram de Dakar (Senegal) para Madrid (Espanha), e de lá vieram para São Paulo. Na chegada à capital paulista, todos foram direto para a primeira coletiva de imprensa após o Rally. Categoria Carros:

É muito comum dizer que alcançar o destino final da mais difícil prova off-road do mundo já é uma vitória - e de fato é -, mas o time fez mais. Nos carros, Klever Kolberg, que ao lado de André Azevedo completa 20 anos da prova, deu uma aula de superação. "Foi um rali especialmente difícil para mim e o Eduardo Bampi. Uma coincidência de problemas mecânicos quase arruinou nossa prova, mas conseguimos nos recuperar e fizemos a segunda metade da corrida sempre entre os mais rápidos", disse Klever. Em duas décadas de Dakar, poucas vezes o piloto teve tantos problemas como em 2007. Por outro lado, a experiência acumulada também lhe permitiu uma recuperação como só os veteranos da pista conseguem fazer. Ao lado do navegador Eduardo Bampi, o piloto do Mitsubishi Pajero Full da Equipe Petrobras Lubrax chegou entre os 20 mais rápidos do mundo em quatro etapas, e ainda garantiu a melhor colocação de um brasileiro numa etapa da categoria -12º lugar.

Mas a primeira parte do rali não foi nada fácil. Klever e Bampi saíram bem de Portugal, mas logo na primeira etapa africana, no deserto do Marrocos, a história mudou. Uma quebra no extensor da caixa de direção --resolvida pela própria dupla-- e em seguida uma quebra mais grave, da mang a de eixo, obrigou os dois a esperarem longas horas por socorro. Em seguida, foram três etapas de recuperação, sem maiores problemas, a não ser a dificuldade de pilotar com concorrentes mais lentos à frente, sempre com muita poeira, o que aumenta o risco das ultrapassagens.

Na chegada à Mauritânia, o Mitsubishi brasileiro já estava em 21º, mas aí veio o pior dos dias. Assaltados em Zouérat, a dupla partiu para Atar em uma etapa que não esqueceria tão cedo. Tudo começou com a quebra de um diferencial traseiro. Dessa vez. o socorro não chegou. Devido a uma terrível coincidência, vários outros carros que se utilizavam da mesma equipe de apoio de Klever e Bampi tiveram o mesmo problema, mas estavam parados antes. Quando o caminhão chegou, mais tarde, já não havia mais peças ou possibilidade de qualquer outro apoio. A dupla precisou se virar, saiu do percurso original da prova para conseguir ajuda e só chegou ao acampamento de madrugada, recebendo várias horas de penalizaçã o, o que os fez despencar na tabela.

Nesse meio tempo (da espera pelo socorro) o caminhão de André passou pela dupla, mas Klever preferiu não pedir ajuda para não interferir na classificação do caminhão da Equipe Petrobras Lubrax, que disputava quilômetro a quilômetro a terceira posição. No dia seguinte, Klever e Bampi se viram entre os últimos da prova e, logo no início da etapa, encontraram um "engarrafamento" de carros atolados na passagem mais difícil de dunas do rali. A busca por uma alternativa levou a dupla a um caminho ainda mais duro, o que custou mais algum tempo.
A partir daí, as classificações boas vieram, a colocação na tabela foi subindo e tudo correu bem.

Mas, como as penalizações anteriores haviam sido muito duras, já não era mais possível reverter na pilotagem o tempo perdido. "Andar entre os veículos de fábrica nos últimos dias, relembrando das enormes dificuldades anteriores, já fez da chegada à Dakar uma vitória", completa Klever.

Categoria Caminhões:

O irmão mais velho de Jean, André Azevedo, ao lado do navegador Maykel Justo e do tcheco Mira Martinec, disputou cada dia de igual para igual com os mais rápidos caminhões do mundo, e mais uma vez deixou o Brasil entre os cinco melhores na classificação geral. O veículo Tatra da equipe Petrobras Lubrax terminou em quinto lugar, após uma briga dura pelo pódio. Foi uma colocação de respeito, ainda mais se levando em consideração que o trio teve problemas em 5 das 14 especiais disputadas. Ao todo, André, Maykel e Mira perderam cerca de 140 minutos parados. Na classificação final, ficou a pouco mais de duas horas do segundo colocado. "Isso mostra que, se pelo menos parte dos problemas não tivesse ocorrido, poderíamos ter chegado ao pódio, que era nosso objetivo inicial", comenta André. Ainda mais porque a navegação de Maykel Justo foi muito boa, e não houve nenhuma perda significativa de tempo por conta disso na prova toda.


Mas o piloto da equipe ressalta que, desde a estréia, o caminhão da equipe vem fazendo bonito. "Em 1999, nosso primeiro ano, já fomos terceiro colocados e, quando não tivemos problemas mecânicos, sempre chegamos entre os cinco primeiros", fala André. Em nove participações entre os caminhões, a equipe Petrobras Lubrax já chegou ao vice-campeonato, em 2003, e conquistou um terceiro, dois quartos, um quinto, um sexto e um décimo --além de três abandonos-- o que mostra uma regularidade e um número de bons resultados que não é nada fácil de ser mantido em um rali da dificuldade do Dakar.


Para o futuro, André diz que a equipe tem de aguardar novas regras que estão sendo prometidas pelo diretor de caminhões da prova, que pensa em definir melhor as sub-categorias, talvez implementando a divisão dos veículos entre Prodution e Super Prodution. O piloto espera que, no entanto, não venham muitas alterações no prazo final prometido, que é primeiro de ju nho. "Estaria muito em cima", avalia. De qualquer forma, o trio acredita muito no potencial do time e do caminhão utilizado, da marca tcheca Tatra. "É um caminhão com potencial para até vencer o Dakar".

Categoria Motos:

Nas motos, Jean Azevedo venceu a 14ª etapa, obtendo a segunda vitória em etapas do Dakar em sua carreira (a primeira foi em 2005). Seus dois êxitos em especiais são os únicos de brasileiros até hoje na categoria Motos, em 29 edições do rali. O paralelo mais usado é que a dificuldade de ganhar uma etapa no Dakar corresponde a uma vitória em um GP de Fórmula-1. "Foi muito bom porque recompensou o trabalho da equipe, o meu empenho e também o do Geraldo Lima, meu mecânico", disse Jean.


"Tinha o objetivo de chegar entre os cinco primeiros, mas tive graves problemas que me obrigaram a mudar de objetivo". Na sexta etapa, a moto de Jean sofreu uma pane elétrica, deixando o piloto parado no me io do deserto por quase oito horas, até ser resgatado pela equipe de apoio. No dia seguinte, uma falha na conexão de combustível com o tanque traseiro fez com que a gasolina vazasse, e Jean acabou perdendo uma hora pedindo combustível aos demais concorrentes para conseguir terminar a etapa. O brasileiro, que até então ocupava a décima posição na tabela geral, caiu para 79º. "Passei então a fazer uma corrida de recuperação, pensando no melhor que poderia fazer em cada etapa". Jean conseguiu a proeza de ficar entre os dez mais rápidos em todas as etapas da segunda metade da prova. Das 14 etapas cronometradas, ele esteve no top ten em 10 delas. Para finalizar, a vitória no penúltimo dia, no trajeto entre Tambacounda e Dakar, no Senegal.


Os problemas que o brasileiro teve ao longo da prova foram qualificados por ele como "falta de sorte", e não falhas mecânicas de sua KTM, que em sua opinião se comportou muito bem na média. "No Dakar não tem jeito . Diria que, para conseguir um bom resultado, tem que haver uma somatória de 50% de pilotagem, 40% de equipamento e 10% de sorte", afirma Jean, que acabou em 25º na classificação geral.


Esta participação também traz para a equipe e seus fornecedores uma série de informações técnicas e estratégicas que são o passo inicial da preparação da equipe para a temporada de 2007 e a participação no Rally Dakar 2008. Além do Dakar, a Equipe Petrobras Lubrax possui planos para disputar os campeonatos Paulista e Brasileiro de Rally Cross-Country, o Rally dos Sertões 2007 e também algumas etapas do Mundial de Rally, como as do Egito e de Dubai, que foram disputados por Jean Azevedo em 2006. Outra prova que pode entrar na agenda dos brasileiros é o Rally da Argentina, também válido pelo Mundial.

Equipe Petrobras Lubrax tem patrocínio da Petrobras, Petrobras Distribuidora, Mitsubishi Motors do Brasil, Pirelli, e apoio da Pearson, Banco Mercedes-Benz, Mer cedes-Benz Caminhões, Renov, Mercedes Seguros, MANN-FILTER, Planac Informática, Sadia, Telenor Satellite Services AS, Kaerre, Capacetes Bieffe, Sparco América Latina, Artfix, Base 84 e Dakar Promoções.

fotos: CARLOS PANDOLFE

Assessoria de Imprensa Equipe Petrobras Lubrax
Claudia Santos / Leonardo Nishihata/ Lino Bocchini

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