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quarta-feira, março 15, 2006

MERCADO:TEST-DRIVE DO HONDA CR-V






Fácil de guiar

Importado pela Honda Automóveis da matriz no Japão, o utilitário esportivo CR-V tem visual arrojado e robusto, o que agrada as consumidoras brasileiras

Conhecida no Brasil por fabricar motos, a Honda iniciou as operações com automóveis em 1992, e trouxe para o País modelos como o Accord Coupe EXR-L, Civic Hatchback Vti, CRX (targa), Coupe EX, entre outros.

Já o ano de 1.998 marcou o inicio das atividades na fábrica localizada em Sumaré (SP), para produzir o Civic, e em 2003 iniciou a montagem do monovolume Fit.

Mas, apesar de possuir unidade fabril, a empresa continuou as importações. Nos dias de hoje comercializa os estrangeiros Accord e o utilitário esportivo CR-V.

As primeiras unidades do SUV (Sport Utility Vehicles –veículo utilitário esportivo) desembarcaram em 2.000, e a mais recente versão chegou ao mercado tupiniquim em abril do ano passado.

Com um bom pacote de acessórios (teto solar elétrico, sistema de áudio AM/FM com toca-fitas e CD changer para seis discos, comandos do áudio e piloto automático integrados ao volante), ainda oferece vários itens de conforto incorporados, tanto para o condutor como passageiros. Entre eles: porta-mapas nas laterais das portas, porta-moedas no painel, porta-óculos no teto. Console central, do tipo mesinha, dobrável e traz porta-copos para os passageiros da frente. Até o espaço que seria usado para abrigar a roda sobressalente (acoplada na tampa traseira), no assoalho do porta-malas, ganhou uma solução criativa: um compartimento impermeável para colocação de objetos úmidos (ideal para pescadores). A tampa deste compartimento também é aproveitada, pois transforma-se em uma mesa desmontável com altura de 60 cm.

No painel de instrumentos os mostradores são circulares, simétricos e iluminação progressiva. Outro detalhe que chama a atenção é a alavanca de mudanças, colocada ao lado do volante, e a do freio de estacionamento, já que lembra o manche que controla o helicóptero.

O design é arrojado, vinco no capô, grade reta, onde o grande ‘H’ aparece em destaque, e conjunto ótico integrado em uma só peça. Lâmpadas halógenas, faróis de neblina na parte inferior do pára-choque, que é pintado na mesma cor do veículo, reforçam o visual esportivo.
Lateral com vinco na altura das maçanetas e traseira onde se destacam as grandes lanternas colocadas nas colunas na posição vertical.

A porta traseira abre lateralmente, mas também de maneira parcial, por meio do vidro traseiro, já o porta-malas tem capacidade para 948 litros ou 2.037 litros, com os bancos traseiros rebatidos.

Comercializado com transmissão automática de quatro velocidades, embaixo do capô abriga uma verdadeira usina de potência, o motor 2.0 litros i-VTEC em alumínio, 4 cilindros e 16 válvulas DOHC (Double Over Head Camshaft – duplo comando de válvulas no cabeçote). Desenvolve 150 cv de potência a 6.500 rpm e possui torque de 19,1 kgfm a 4.000 rpm, que, aliás, é muito silencioso.

Simples, mas eficiente!

A palavra ‘simples’ do subtítulo serve apenas para lembrar que este SUV não é equipado com câmeras, ou computadores de bordo, entre outros equipamentos instalados em importados, e que elevam o preço final do veículo.

Na sigla CR-V a montadora define o objetivo do carro, ‘Comfortable Runabout Vehicle’, e a palavra Runabout significa ‘correr para todos os lados’, ela foi escolhida para mostrar versatilidade, pois se trata de um veículo preparado para suprir as necessidades de quem faz compras no shopping ou supermercado, mas precisa enfrentar os buracos nas ruas das cidades, rodovias ou estradas rurais. Não é simples?

Esta versatilidade é proporcionada pelo conjunto direção hidráulica progressiva, suspensão dianteira do tipo McPherson com controle de convergência, e suspensão traseira equipada com o sistema Double Wishbone.

A barra estabilizadora propicia otimização ao interior e resulta em maior conforto e espaço para bagagens. Rodas de liga leve 16 x 6 JJ, pneus 215/65 R16 96T, completam o conjunto.
O sistema de tração é o 4WD Real Time (em tempo real), ao ser usado na cidade, por exemplo, funciona com tração dianteira, já nos terrenos molhados, escorregadios ou acidentados, quando é necessário maior aderência, a tração nas quatro rodas passa a agir automaticamente, não é preciso apertar botões, ou selecionar em alavancas.

O 4WD Real Time, também desativa automaticamente durante as frenagens, e permiti a atuação do ABS.

A distância livre do solo é de 205 mm e entre-eixos 2.625 mm, o que habilita o Honda CR-V a um bom desempenho no off-road leve.

Nesta avaliação da revista levei o jipão para rodar por São Paulo. Enfrentei, de maneira confortável, congestionamentos, estacionamentos apertados, e várias ruas esburacadas, o resultado agradou, pois é gostoso de guiar e manobrar.

Apesar do tamanho (4.550mm), tem dirigibilidade de sedã, boa visão nos espelhos retrovisores e comandos dos vidros e portas de fácil acesso.

O arranque é lento, as mudanças das marchas provocam um quase imperceptível tranco (normal em veículos com transmissão automática).

Em rodovias a boa velocidade final, foi confirmada ao realizar ultrapassagens, e no fora de estrada, realizado em uma pista no município de Suzano (grande São Paulo), foi fácil chegar a uma: não pense em competir no Rallye dos Sertões com o CR-V.

Mas nas idas e vindas, por estradas de sítios, chácaras ou fazendas, o jipe da Honda transporta os ocupantes com muito conforto e segurança.

Segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), no ano passado a montadora comercializou um total de 526 unidades do CR-V. O preço sugerido para a venda, desde abril de 2005, é R$ 115.000.
"Exclusividade é fundamental"
Preta Nascimento, empresária que atua no setor de moda, durante quatro meses pesquisou e fez teste drive em modelos SUV, de várias marcas nacionais e importadas.

Escolheu o CR-V, o qual adquiriu na concessionária Honda Forte, também pelo estilo. "O carro da Honda não para, eu sinto muita segurança nos modelos produzidos pela marca japonesa", afirma a compradora.

A empresária está feliz com a compra, "é um carro com bom porte, no transito os outros motoristas respeitam e abrem caminho". E esta não é a única vantagem, "tem boa retomada, é seguro, tudo funciona, o sistema de ar condicionado é bom, não tem barulho e o acabamento é muito bom", elogia.

Preta Nascimento considera o carro uma segunda casa, "em meus afazeres profissionais preciso viajar ao interior de São Paulo, carrego vários itens, material para organizar desfiles de moda, até clientes, chego a rodar 15.000 km em um mês, por isso preciso de um veículo bom, confortável e econômico, o CR-V atende estas necessidades, é perfeito para uma mulher", declara de maneira empolgada.

Nas viagens que realiza a trabalho, aprovou a performance do modelo em rodovias, "a CR-V não decepciona, apesar de ter um arranque lento, a retomada de velocidade é perfeita, e as ultrapassagens são feitas com muita segurança", comenta.

O que também chama a atenção desta fã dos carros japoneses da Honda é a ‘exclusividade’, "é comum perguntarem, que carro é este? As pessoas até se espantam quando falo que é um Honda, o CR-V é diferente de outros utilitários, e isso passa uma sensação de exclusividade".

Esta preferência pela Honda Automóveis começou há mais de 20 anos. Ela conta que nos anos 1980, morou na Europa e Estados Unidos, e nesta época conheceu os carros da montadora japonesa, "foi paixão instantânea, ao voltar para o Brasil, no começo dos anos 1990, comprei um Honda Coupe, que era importado".

Entre os modelos da marca, a empresária já teve um Accord e atualmente, além do CR-V possuí um Civic.

Preta Nascimento segue fielmente a tabela de manutenção recomendada pelo fabricante, "é a melhor maneira de conservar o carro, por isso não tenho problemas", completa.

Procurar o veículo ideal requer muita atenção e cuidado, já que são muitos os itens a serem observados, antes de tomar a decisão de compra.

Além de conhecer vários modelos novos, a empresária procurou o CR-V usado ou seminovo, e encontrou, apenas uma opção ano 2.000.

A explicação para esta pouca oferta é dada por Osvaldo Junior, diretor da Hannover Veículos, "o Honda CR-V é um veículo bom de mercado, e não para na loja, quando entra vende rápido".
Segundo o diretor é um carro que agrada as consumidoras, "não me lembro de clientes homens que procuraram a CR-V", declara.

Ele também explica que este ano é possível que a oferta aumente, "os compradores das primeiras unidades que chegaram ao Brasil em 2000 devem procurar o mercado independente para negociar estes veículos".

Por enquanto, os clientes interessados na CR-V querem a versão 2005, "é mosca branca, mas quando aparece vende rápido", afirma Osvaldo.

Estrela de cinema

Ele é um publicitário de sucesso, ela uma dona-de-casa e professora do coral de meninas.
Mas o destino, de maneira inexplicável, traz uma situação inusitada: em uma manhã, ao despertar, a mente do marido vai para o corpo da mulher, e a da mulher passa a habitar o corpo do marido.

Esta nova realidade causa muita confusão e situações hilárias, pois faz com que um assuma as responsabilidades do outro.

A história, protagonizada pelos consagrados atores Tony Ramos (Cláudio) e Glória Pires (Helena) pode ser vista nos cinemas de todo o Brasil, no filme "Se eu fosse você", dirigido por Daniel Filho.
E como toda a família de classe média brasileira, eles têm dois veículos na casa: um Honda Fit, usado pela professora Helena, e o CR-V, carro do publicitário Cláudio.

Mas é o CR-V que transporta os personagens em seus afazeres diários pelas ruas do Rio de Janeiro e também é usado em várias cenas divertidas.

Um momento que chama a atenção dos espectadores acontece quando o publicitário chega ao local de trabalho, dá um cavalo-de-pau e ao parar, o veículo está estacionado de maneira precisa na vaga destinada.


O diretor Daniel Filho escolheu o elenco a dedo e fez do filme Se Eu Fosse Você uma comemoração dos seus 50 anos dedicados ao cinema brasileiro. O sucesso é grande, já que em apenas 4 semanas de exibição no circuito nacional, foi visto por 2 milhões de espectadores.

Ficha técnica

MOTOR
4 cilindros, DOHC, bloco em alumínio, 16 válvulas
Cilindrada (cm3) 1.998
Potência (cv) x rpm 150 x 6.500
Torque (kgfm) x rpm 19,1 x 4.000
Taxa de compressão9,8:1

TRANSMISSÃO
Automática: 4 velocidades com Grade Logic Control e Over Drive

TRAÇÃO
Real Time 4X4

CARROCERIA
Monobloco

SUSPENSÃO
Dianteira McPherson e traseira Double Wishbone

DIREÇÃO
pinhão e cremalheira com assistência hidráulica

Freios
ABS, dianteiro a disco ventilado e traseiro a disco sólido

RODAS
liga leve 16 x 6 JJ

PNEUS
215/65 R16 96T All Season

DIMENSÕES
Altura (mm) 1.710
Bitola dianteira / traseira (mm) 1.535 / 1.540
Comprimento (mm) 4.550
Distância entre eixos (mm) 2.625
Largura (mm) 1.780
Peso (kg) 1.528
Volume para bagagem com bancos rebatidos (litros) 2.037
Volume porta-malas (litros) 948
Tanque de combustível (litros) 58

Texto: Edison Ragassi
Fotos: Valeria Matias

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