Sem badalação e muito falatório, a Ferrari se intrometeu com muita autoridade na briga entre os dois modelos que, todos apostaram, iriam se destacar no traçado do circuito de Curitiba (PR), local da primeira rodada dupla da temporada 2008 da GT3. Após as duas corridas, a dupla formada pelo paulista Rafael Derani e o gaúcho Cláudio Ricci, da equipe CRT Brasil, saiu do encontro ocupando a vice-liderança – atrás apenas do ex-piloto de Fórmula 1 Ricardo Rosset e de Walter Salles, que usaram um Ford GT, o carro mais destacado do fim de semana.
Rosset e Salles ocupam o primeiro lugar na classificação, com 18 pontos. No segundo posto, Derani/Ricci somam 11, contra 10 das duplas Thiago Marques/Alceu Feldmann e Ingo Hoffmann/Paulo Bonifácio – que competem com o Lamborghini Gallardo, o carro que mais venceu no traçado curitibano, com cinco primeiros lugares. Citado como favorito ao lado do Ford GT, o Dodge Viper garantiu apenas o quinto lugar na classificação, com 8 pontos para as duplas Fábio Ebrahim/Wagner Ebrahim, e Andréas Mattheis/Xandy Negrão (veja a tabela abaixo).
Qualidade nas curvas – Segundo as próprias equipes, as características do traçado curitibano – com uma reta muito longa e curvas de alta velocidade – favoreceriam os carros de maior potência, justamente o caso do Ford GT (pole nas duas corridas e vencedor da segunda prova) e o Dodge Viper. Não era o traçado ideal para os Ferrari. "O ponto forte do modelo F430 que usamos é justamente a qualidade no contorno de curva", explica Rafael Derani. "E nossa estratégia foi justamente acentuar ainda mais essa característica, tentando compensar nas curvas o que perdíamos nas retas".
Talvez até por essa maior adaptabilidade às curvas, a Ferrari ocupou os dois primeiros lugares no treino de abertura dos preparativos realizado na quinta-feira em Curitiba, antes das corridas. Mas depois perdeu terreno para a força dos dois modelos norte-americanos. "Tínhamos um bom equilíbrio em relação ao Lamborghini e ao Porsche 997 GT3 Cup, mas o traçado realmente favorecia a maior potência do Viper e do Ford GT", conta Rafael Derani.
"No último treino antes das tomadas de tempo para o grid, tivemos um problema na parte elétrica que acabou roubando ainda mais potência do nosso motor. Então, na tomada, não tivemos o melhor desempenho que poderíamos (Derani obteve o sexto lugar no grid da primeira corrida e Ricci, o sétimo para a prova complementar). Mas conseguimos resolver a deficiência para as corridas e o carro foi muito bem. Sabemos que nosso desempenho foi acima do esperado, pois esse não era um traçado para a gente".

Para a dupla vice-líder da classificação, o desempenho mais forte dos modelos norte-americanos em Curitiba não vai prevalecer por muito tempo a ponto de gerar desequilíbrio. "Basta lembrar de 2007: os Lamborghini começaram dominando amplamente e, depois, foram sendo alcançados e superados por outros carros, como os Viper e os Ferrari, tanto em corrida quanto nas tomadas de tempo", destaca Rafael Derani. "Mas isso tudo vai ser confirmado apenas conforme as corridas forem acontecendo. O importante é que somamos bons pontos na primeira prova do ano, estamos competitivos e que ainda faltam 14 corridas para terminar a temporada. Vai ser um campeonato muito interessante e cheio de alternativas, pode apostar!"
Confira a classificação do Brasil GT3 Championship após duas provas:
1) Ricardo Rosset/Walter Salles (Ford GT), 18 pontos
2) Claudio Ricci/Rafael Ricci (Ferrari F340), 11
3) Thiago Marques/Alceu Feldmann (Lamborghini Gallardo) e Ingo Hoffmann/Paulo Bonifácio (Lamborghini Gallardo), 10
5) Fábio Ebrahim/Wagner Ebrahim (Viper Coupé) e Andreas Mattheis/Xandy Negrão (Viper Coupé), 8
7) Giuliano Losacco/Walter Derani (Ferrari F430), 6
8) Antonio Jorge Neto/Renato Catalini (Ferrari F430), 4
9) Matheus Stumpf/Abramo Mazzochi (Viper Coupé), 2
10) Antonio Hermann/Valdeno Brito (Porsche 997), 1
Rodolpho Siqueira e Caio Moraes
Fotos: Miguel Costa Júnior
Press Consultoria Ltda
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