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segunda-feira, janeiro 16, 2006

RALLY DAKAR 2006- ÚLTIMO DIA: EQUIPE PETROBRAS LUBRAX CHEGA AO FINAL DO RALLY.



Na mais desafiadora corrida do mundo, os pilotos da equipe estiveram sempre entre os mais rápidos
Foi um Dakar diferente. Limites de velocidade, proibição quase total no uso do GPS e, para a Equipe Petrobras Lubrax, moto nova e estréia de navegadores no carro e no caminhão. Fora isto, as dificuldades sempre impostas pela prova automobilística mais longa e dura do planeta. As rigorosas pedras do Marrocos, as incansáveis dunas da Mauritânia, as traiçoeiras árvores do Senegal e os enormes buracos da Guiné não deram trégua aos pilotos e às maquinas. Dos 475 veículos que largaram em Lisboa (Portugal) no dia 31 de dezembro, apenas 190 receberam a bandeirada final hoje no lago Rosa, em Dakar (Senegal).
O time brasileiro sai mais uma vez das areias do deserto africano como uma das mais rápidas do mundo. André Azevedo andou os 9.043 quilômetros da prova entre os primeiros colocados. Em três etapas, o piloto e seus navegadores Maykel Justo e Mira Martinec conquistaram a segunda colocação. O trio teve um início de prova fulminante, ocupando a vice-liderança. No entanto, sucessivos problemas mecânicos no caminhão (câmbio, suspensão, turbo e freios) seguraram a arrancada de André. "Continuamos andando entre os primeiros, mas sempre poupando o caminhão para chegarmos em Dakar", contou André, que, em sua 19ª participação na prova chegou a cair para a sexta posição, mas voltou a subir e terminou na quarta colocação entre 69 caminhões. "Com tantos problemas mecânicos, estou muito satisfeito com o 4º lugar. Chegamos aqui entre os melhores", disse.
Nas motos, Jean Azevedo era o oitavo mais rápido entre as 232 motociclistas, quando um acidente na antepenúltima etapa o tirou da prova. Jean estreou no Dakar um novo modelo da KTM, fornecido apenas para uma dezena de pilotos selecionados pela fábrica austríaca. O brasileiro usou as etapas européias para se acostumar com a novidade. Na África, começou a subir na tabela. Quando já estava entre os dez primeiros e preparava seu bote para superar o resultado do ano passado (7º lugar), Jean sofreu dois reveses. Primeiro, recebeu uma polêmica penalização da organização por não ter passado por um way point (ponto de passagem obrigatória na planilha). Muitos pilotos europeus teriam cometido a infração, mas poucos foram punidos. Jean e os demais colegas penalizados escreveram uma carta à organização oficializando o descontentamento com a medida, que o derrubou da 8ª para a 13ª posição.
Duas etapas depois, o brasileiro já havia voltado para a 8º colocação, mas sofreu um acidente que lhe quebrou o sacro (osso localizado logo acima do cóccix, no final da coluna vertebral). Segundo vários pilotos, os buracos que derrubaram Jean no começo da 13ª especial entre Labé (Guiné) e Tambacounda (Senegal) não estavam identificados na planilha. "Era um Dakar para chegar entre os cinco primeiros, mesmo com uma moto desconhecida. Mas em provas de velocidade, todos estão sujeitos a isto", afirmou Jean. "Em seis semanas estarei recuperado e pronto para a próxima corrida", concluiu.
Entre os carros, a dupla Klever Kolberg e Eduardo Bampi também fez uma corrida de recuperação. Entraram na África apenas na 21ª colocação, mas já ocupavam o 13º lugar quando um grave problema mecânico na 9ª etapa, entre Nouakchott e Kiffa, na Mauritânia obrigou a dupla a se retirar da disputa. "Estávamos próximos do nosso objetivo, que era chegar entre os dez", disse Kolberg, que participou do Dakar pela 19ª vez. Na frente da dupla da Equipe Petrobras Lubrax, apenas veículos de fábrica, com carros e estrutura de apoio quase ilimitados.
Na categoria T1, na qual competem carros movidos a gasolina com preparação livre, Kolberg e Bampi ocupavam a quinta colocação. A dupla também já era a mais rápida entre os Mitsubishi - tirando os três veículos do poderoso time oficial da fábrica, que ficaram na primeira, na terceira e na quarta colocações. Kolberg ressaltou o desempenho dos pneus Pirelli, desenvolvidos e fabricados no Brasil. "Tivemos pouquíssimos pneus furados em 9 mil quilômetros de Dakar. Eles funcionaram muito bem e nos ajudaram a subir na tabela', disse.
Kolberg e Bampi já voltaram para o Brasil, onde esperam a chegada da equipe, marcada para as 17h40 de segunda-feira. A partir do dia seguinte, começam os preparativos para os campeonatos nacionais, para o Rally dos Sertões e, claro, para o Dakar 2007.

Henrique Skujis, de Dakar (Senegal)
Fotos: Henrique Skujis

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