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sexta-feira, março 23, 2007

* PORSCHE GT3 CUP HOMENAGEIA PILOTOS VETERANOS NO RIO DE JANEIRO.

Fritz d'Orey (Porsche 550 número 9, à esquerda) se prepara para largar em Interlagos em 1957. Crédito: arquivo Fritz d'Orey.

Jean-Louis Lacerda Soares (carro 81) liderando o "Grande Prêmio Presidente Juscelino Kubitschek", em Brasília, em abril de 1960. Crédito: arquivo Jean-Louis Lacerda Soares

Dois veteranos pilotos brasileiros serão homenageados por ocasião das provas de abertura do Porsche GT3 Cup Challenge Brasil, a serem disputadas no próximo sábado (24 de março) no autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Os organizadores do campeonato entregarão um troféu a Fritz d’Orey, que disputou três GPs de Fórmula 1 em 1959, e Jean-Louis Lacerda Soares, vencedor de corridas nacionais no começo da década de 1960.

A entrega dos troféus acontecerá no sábado nos boxes do autódromo. Para Roberto Keller e Dener Pires, organizadores do Porsche GT3 Cup Challenge Brasil, d’Orey e Lacerda Soares disputaram corridas em uma época em que o espírito esportivo prevalecia sobre as demandas comerciais e tecnológicas que hoje predominam em quase todas as categorias do automobilismo. "São pilotos que correram há muito tempo, mas cuja postura nas pistas foi muito semelhante à dos atuais participantes do Porsche GT3 Cup", explica Keller. "Isso cria uma identidade muito grande entre estes dois veteranos e os nossos atuais pilotos."

A seguir, os perfis dos pilotos Fritz d’Orey e Jean-Louis Lacerda Soares.

Fritz d’Orey
Paulistano nascido em 25 de março de 1938, Fritz d’Orey foi uma das grandes promessas do automobilismo brasileiro na década de 1950. No Brasil, correu com carros esporte (principalmente Porsche e Ferrari) e com Mecânica Continental (antigos Fórmula 1 equipados com motores de carros de série norte-americanos).

Em 1958, d’Orey venceu algumas corridas com um Porsche 550 que pertenceu anteriormente a Christian "Bino" Heins. "O ‘Bino’ tirou o motor original e instalou outro, também da Porsche mas com quatro comandos", recorda d’Orey. "Era esplêndido e desafiador, porque o motor só ganhava força depois de uma determinada faixa de giro. E a potência vinha toda de uma vez só.
Numa corrida de rua em Petrópolis, acabei invadindo uma casa por causa disso...", diverte-se.
Vencendo corridas no Brasil, na Argentina e no Uruguai, d’Orey foi convidado em 1959 para correr na Europa com o apoio do pentacampeão mundial de F1 Juan Manuel Fangio. Participou de três GPs, conquistando como melhor resultado o 10º lugar no GP da França, com uma Maserati da Scuderia Centro Sud. "Minha estréia deveria acontecer em Mônaco, mas o carro não ficou pronto a tempo. A equipe tinha pouco dinheiro", recorda. Uma de suas melhores recordações daquele ano é a vitória no GP de Messina, uma prova para carros de Fórmula Júnior. O segundo lugar na prova ficou justamente com Christian Heins, sendo esta a primeira dobradinha brasileira de que se tem notícia em provas disputadas na Europa.

Contratado pela Ferrari, d’Orey disputaria em 1960 as mais importantes provas de carros esporte da época. Um violento acidente nos treinos para a 24 Horas de Le Mans colocou fim à sua carreira: o piloto brasileiro sofreu fratura no crânio e ficou oito meses hospitalizado. Recuperou-se totalmente e vive há muitos anos no Rio de Janeiro.

Jean-Louis Lacerda Soares
Nasceu no dia 23 de dezembro de 1930 em Paris, onde seus pais se encontravam em viagem, mas sempre teve nacionalidade brasileira e viveu muitos anos em São Paulo. Sua estréia nas pistas aconteceu em 1960, pilotando uma Ferrari Monza. Depois, com uma Testarossa, venceu uma prova em um circuito de rua na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e o "Grande Prêmio Presidente Juscelino Kubitscheck", prova que integrou os festejos oficiais da inauguração de Brasília, com a presença de pilotos argentinos e uruguaios. "O circuito era sem graça, mas foi uma corrida muito especial pelo momento histórico e também porque recebi o troféu das mãos de Juan Manuel Fangio", recorda.

Jean-Louis também disputou duas Mil Milhas Brasileiras: uma em dupla com Chico Landi em uma carretera Chevrolet e outra em parceria com Emilio Zambello em um Fiat. Teve perspectivas de disputar o automobilismo europeu mas parou de correr antes disso, em 1962. "Eu precisaria abrir mão de uma situação estável e dar um salto no escuro", explica.
"Antigamente, as corridas tinham um espírito completamente diferente do que é hoje. As disputas eram acirradas, mas o ambiente era mais harmonioso, havia mais cavalheirismo. O ambiente do Porsche GT3 Cup é muito parecido com o daquela época, e isso é um mérito para a categoria", finaliza.

Porsche GT3 Cup Challenge Brasil
www.porsche.com.br

Luiz Alberto Pandini

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