
No inicio de 1979, a Renault Sport, depois de no ano anterior ter ganho as 24 Horas de Le Mans, com Didier Pironi e Jean-Pierre Jassoud, decidiu concentrar-se exclusivamente na Formula 1, tentando aproveitar o potêncial dos motores Turbo. Nesse ano, decidiram dobrar a sua equipa, contratando o rápido francês René Arnoux para ser o companheiro do veterano Jean-Pierre Jabouille, o homem que tinha feito todo o desenvolvimento do chassis Renault RS01, e que estava no projecto desde o seu inicio.
Mas a Reanult viu que o RS01 estava rapidamente a ficar obsoleto devido ao rapido desenvolvimento dos carros com efeito-solo, um conceito introduzido pela primeira vez por Colin Chapman, com o seu Lotus 78, e desenvolvido plenamente com o Lotus 79. Sendo assim, era tempo de desenvolver um carro que tivesse ambas as coisas: efeito-solo e motor Turbo. Para além disso, era também tempo de acabar com as piadas de paddock sobre o RS01, chamado de "Bule Amarelo" pela imprensa inglesa, devido ao seu design ultrapassado e constante rebentar de motores...
O Renault RS10 foi desenhado por uma equipa de especialistas, chefiada por Francois Castaing, ajudada pelos técnicos Michel Tetu e Marcel Hubert. Sob um chassis monocoque de alumínio, escondia-se um motor Renault Turbo de seis cilindros dispostos classicamente em V, de 1.5 Litros, com dois turbocompressores e uma potência estimada em 500 cavalos. Para além disso, tinha uma caixa manual de seis velocidades, fabricada pela marca.
Desenvolvida extensamente por Jean-Pierre Jabouille, cujos conhecimentos de engenharia ajudaram imenso a desenvolver o carro, este ficou pronto para se estrear no GP do Mónaco de 1979. As ruas do Principado não eram definitivamente o melhor lugar para motores Turbo, e Jabouille chegou ao fim oito voltas atrás do vencedor. contudo, na corrida seguinte, em França, tudo mudaria, e iriam espantar os observadores...
Nos treinos para o Grande Prémio, em Dijon, Jabouille e Arnoux levaram o carro para uma primeira fila totalmente amarela, para delírio da torcida gaulesa. Na partida, foram surpreendidos pelo Ferrari 312T4 de Gilles Villeneuve, que passou para o comando. Contudo, os Reanult estavam em dia sim, e à volta 46, Jabouille conseguiu ultrapassar Villeneuve e passou para o comando, para não mais o largar.
Contudo, a primeira vitória de um carro totalmente francês (motor Renault, pneus Michelin, lubrificantes Elf) foi ensombrado por aquilo que muitos consideram como o duelo mais espectacular da história da Formula 1: o duelo entre Gilles Villeneuve e René Arnoux pela segunda posição. Durante as três últimas voltas, os dos pilotos trocaram posições entre si, e tocaram várias vezes, especialmente na última volta, mas no final desse duelo leal, o canadiano conseguiu impedir uma dobradinha Renault.
No resto do ano, o RS 10, apesar de não ter ganho mais nenhuma corrida, devido aos constantes problemas de fiabilidade (Jabouille nunca mais pontuou nesse ano) conseguiu transformar a mentalidade do "paddock" acerca dos motores Turbo, pois em menos de dois anos, Ferrari, BMW e Alfa Romeo estavam a desenvolver os seus programas e a implementar motores Turbo nos seus carros. Jabouille foi pole na Alemanha e em Itália, enquanto que Arnoux conseguiu o primeiro lugar da fila na Austria e na Holanda. No final do ano, a equipa alcançou 26 pontos e o sexto lugar entre os construtores. E os dados estavam lançados...
Chassis: Renault RS 10 Projectista: Francois Castaing, Michel Tetu, Marcel Hubert Motor: Renault Turbo V6 de 1.5 Litros Pilotos: Jean-Pierre Jabouille e René Arnoux Corridas: 9 Vitórias: 1 (Jabouille) Pole-Positions: 4 (Jabouille 2, Arnoux 2) Voltas Mais Rápidas: 2 (Arnoux) Pontos: 26 (Arnoux 17, Jabouille 9)
Fontes:
http://www.f1-grandprix.com/history5.html#Turbos
http://www.f1technical.net/f1db/cars/433
http://en.wikipedia.org/wiki/Renault_RS10
AUTOSPORT
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