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quinta-feira, junho 28, 2007

* F-3: PILOTOS VÊM EM CÓRDOBA UMA MESCLA DE TRAÇADOS BRASILEIROS.

Setor de alta semelhante a Tarumã, área de baixa velocidade similar à de Campo Grande e piso com características do asfalto de Curitiba

Inédito para todos os participantes do Campeonato Sul-Americano de Fórmula 3, o Autódromo Oscar Cabalén, em Córdoba (Argentina) ainda intriga a nova geração da categoria, que participará da rodada dupla do torneio a ser realizada neste fim de semana, valendo pelas 9ª e 10ª etapas. Por isso, a tendência de todos é buscar no traçado características semelhantes às pistas onde já competiram, tentando obter referências que abram caminho para os segredos de acerto de carro e de pilotagem: "Em termos de desenho de pista, ele possui uma seção veloz muito semelhante ao traçado de Tarumã (RS) e outra bem lenta, que remete ao acerto apropriado para Campo Grande (MS)", diz o estreante goiano Rodolpho Santos (Neo Química/Palu Suisse/Wurth), que competirá pela primeira vez no exterior com automóveis.

"Só esta combinação – trecho extremamente rápido e outro muito lento – já é o suficiente para dar um nó na cabeça da gente em termos de acerto", revela o piloto goiano. "Já deu para ver que este é um traçado muito particular, onde teremos que buscar um compromisso entre suas duas características básicas: o carro precisa ter estabilidade no trecho lento estilo Campo Grande, mas a carga aerodinâmica necessária para isso não pode, de jeito algum, comprometer a velocidade final na ‘área tipo Tarumã’, que reúne o retão e as duas curvas de altíssima velocidade depois dele", completa Rodolpho Santos.
Motores – O piloto goiano realizou um breve treino na tarde do sábado passado com um F-3 de uma equipe local, visando conhecer melhor detalhes da pista. Na avaliação, Rodolpho Santos identificou os pontos mais importantes do traçado: "O longo retão, em aclive, vai exigir muito dos motores Ford-Berta, que são preparados ali mesmo na Argentina", diz o piloto da Neo Química/Palu Suisse/Wurth.

"Logo depois dele vêm duas curvas de altíssima velocidade, que na minha primeira impressão são ainda mais rápidas que o setor veloz de Tarumã, a pista mais rápida do Brasil. Mas aqui há um detalhe importantíssimo: há uma ondulação bem pronunciada no meio da primeira curva, que vai definir muita coisa. Ali o piloto terá que confiar quase cegamente no carro, não duvidar de sua capacidade de passar por aquele trecho sem se desestabilizar e sair do traçado violentamente. Afinal, é uma curva que faremos a mais de 210 km/h, com certeza".

Pneus – Um detalhe importante é que, ao contrário de Tarumã, onde a combinação de curvas extremamente velozes e piso muito abrasivo obrigou a utilização de pneus Pirelli PZero fabricados especialmente para aquela pista, Córdoba não exigirá tal mudança.

"O piso de Córdoba é de boa qualidade, semelhante ao asfalto empregado no traçado de Curitiba (PR)", compara Rodolpho Santos. "Em Tarumã, o asfalto áspero desgasta rapidamente a borracha, então precisamos usar lá pneus mais resistentes. Aqui, poderemos usar o composto normal da F-3, o que deixa o carro com maior aderência – e isso também ajudará a sermos mais rápidos no trecho veloz aqui da Argentina".

Chassi – O setor de baixa velocidade promete colocar um tempero diferente na corrida: "A volta será mais ou menos assim: depois do setor veloz, no qual a média horária será com certeza acima dos 200 km/h, entraremos na parte lenta, que, bem ao contrário, possui trechos extremamente travados, como o grampo que nos obrigará a reduzir demais a velocidade", diz o piloto, que compete pela equipe Amir Nasr Racing. "Teremos, assim, que combinar ajustes de aerodinâmica e de chassi que nos permitam ganhar tempo em cada uma dessas duas áreas totalmente distintas. Na verdade, este layout de circuito lembra muito o utilizado em Indianápolis pela Fórmula 1, que corre lá em um traçado que mescla parte do veloz oval com um setor bem mais lento, de layout misto".

O Autódromo Oscar Cabalén leva o nome de um antigo ídolo do automobilismo argentino. Inaugurado em 1969, ele conta com dois tipos de traçado distintos. O layout a ser utilizado pela F-3 possui 4.045 metros de extensão – o outro, mais curto, tem apenas 2.600 metros. A pista está localizada na cidade de Alta Gracia, na Província de Córdoba, região que também é conhecida por ser o maior centro praticante de ralis da América do Sul e sede da etapa argentina do Campeonato Mundial da modalidade.

Crédito da foto: Luca Bassani/RaceOne
Crédito da ilustração: Córdoba Automóvil Club


[Foto] Rodolpho Santos: "Trecho de alta é mais veloz que o de Tarumã"
[Ilustração]: Traçado do Autódromo Oscar Cabalén leva o nome de um antito ídolo do
automobilismo argentino

Rodolpho Siqueira e Estela Craveiro
Press Consultoria Ltda.

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