A chuva da manhã deste domingo foi um teste para o novo asfalto. "A drenagem está perfeita", atestou Luis Ernesto Morales, engenheiro-chefe da organização, mostrando que a pista ficou seca, de maneira uniforme, em pouco tempo.
Na reforma de Interlagos, toda a camada de asfalto antigo foi retirada e substituída pelo tipo SMA – Stone Mastic Asphalt – que assegura mais resistência e durabilidade. A composição inclui pedra, asfalto e fibra de celulose e já utilizada em alguns circuitos europeus como Spa-Francorchamps e em auto-estradas.

Morales, responsável pela obra, acrescenta ainda que a aderência proporcionada pelo novo asfalto também contribuirá para voltas mais rápidas. "Os pilotos poderão acelerar mais em dois pontos capitais do traçado: a saída do Lago, onde iniciam o miolo, e a saída da Junção. Além disso, o asfalto está bem mais uniforme e homogêneo do que no ano passado" explica.
A engenharia cumpriu as determinações da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), incluindo um cuidado especial no asfalto de dois pontos de alta velocidade – o final da Reta Oposta e final da Reta dos Boxes – onde os carros atingem os 320 km/h.
A conclusão dos trabalhos de recapeamento da pista, no último final de semana antes da corrida, ficou por conta de uma máquina alemã - veículo para a limpeza de pistas especiais e aeroporto que retira a película de óleo que fica sobre o asfalto novo. Esta máquina, utilizada para a limpeza em grandes aeroportos internacionais como o de Frankfurt, opera com jato de água sob pressão e, ao mesmo tempo, suga a mistura de água e óleo. Em Interlagos, o veículo limpador trabalha com pressão de 2500 bar em uma velocidade 20 metros por minuto. O equipamento também deverá ser utilizado pela Infraero na manutenção dos aeroportos brasileiros, retirando a borracha depositada na pista.
Com esse tratamento, o asfalto novo ou ‘asfalto verde’, como é denominado na Fórmula 1 não estará tão escorregadio no primeiro dia de treinos, antes de ser devidamente emborrachado pelos pneus dos monopostos.
No sábado, dia 6 de outubro, durante o Simulado Geral para o Grande Prêmio do Brasil, os pilotos da Fórmula Brasil 1600 que deram algumas voltas na pista atestaram a qualidade do novo asfalto, dizendo que ele não tem imperfeições.
Imprevistos como uma lata de tinta que caiu no S do Senna também foram solucionados com uma inovação técnica. Em vez de pintar a área de preto – o que tornaria o asfalto mais escorregadio – o caminho foi lavar a área com água e detergente. E, nesta segunda-feira, uma outra máquina especial – jateadora com granalha de ferro – fará uma limpeza mais profunda, onde a granalha de ferro penetra no asfalto e, depois, é retirada através de um imã.
O simulado do dia 6 testou, outra vez, a eficiência do serviço do Hospital São Luiz, responsável pelo atendimento médico no autódromo. O trabalho de resgate simulado de piloto na pista e transporte para o hospital foi perfeito. O São Luiz contará com 155 profissionais, dos quais 37 médicos e 15 enfermeiros. As duas unidades do hospital – nos bairros do Morumbi e Santo Amaro – estarão de prontidão.

O GP Brasil de Fórmula 1, última prova da temporada de 2007, terá como eventos suporte corridas de duas categorias internacionais conhecidas: a Porsche Cup e a Trofeo Maserati.
Texto: Castilho de Andrade
Diretor de Imprensa do GP Brasil de Fórmula 1
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