Para motorista de trio-elétrico, carnaval é um negócio sério. Por esta razão, este profissional precisa estar bem preparado sob todos os aspectos para dirigir por seis horas em meio à multidão.
As peculiaridades que estão por trás da tarefa de pilotar um caminhão como o Iveco Trakker, que puxará o trio de Daniela Mercury neste carnaval
Este ano Salvador (BA) deve receber mais de 500 mil turistas durante os seis dias do Carnaval, segundo dados da FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Uma multidão de foliões, vinda principalmente dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal em busca de diversão. Por estarem em um ambiente de puro entretenimento, os foliões raramente percebem os bastidores do evento e o empenho dos profissionais envolvidos que trabalham para que tudo corra bem. Este é o caso dos médicos e enfermeiros de plantão, dos policiais, vendedores, músicos, dançarinos, cantores, operadores de som e também dos motoristas de trios-elétricos.
O responsável por pilotar o caminhão Trakker, modelo fora-de-estrada da Iveco que leva pelo segundo ano consecutivo o trio-elétrico da cantora Daniela Mercury é o motorista Cícero Pereira de Souza, 46, que tem experiência de 16 anos com trios elétricos. Durante seis horas de festa, cabe a ele tocar todo o conjunto (caminhão + trio), no ritmo certo, ao longo do percurso entre os bairros de Barra e Ondina.
Para Souza, o trabalho exige muita atenção quanto ao quesito segurança, mas é altamente prazeroso do alto da boleia “que permite visão privilegiada do carnaval baiano”. A vista panorâmica da cabine permite total integração com o que acontece na avenida. Por isso a escolha de um caminhão com uma cabine confortável é o quesito número um para que dê tudo certo. “Nesta hora, nada como conduzir um caminhão confortável, com ar condicionado, embreagem e câmbio macios”, completa o motorista.
“Ao meu redor, todos se divertem sem se preocupar com qualquer risco”, lembra ele. Todo cuidado é pouco, mesmo considerando que todo o conjunto conte com 50 seguranças, o veículo receba proteção nos dois eixos traseiros e o folião não tenha acesso aos pneus dianteiros, que são amarrados com cordas na parte dianteira do caminhão.
Muita hidratação e uma boa alimentação são os segredos de um bom desempenho à frente do trio. Os intervalos de parada são importantes para fazer alongamentos. Afinal, dirijo o tempo todo em primeira marcha, algumas vezes não preciso nem acelerar. “É que o motor do Trakker é muito bom. O caminhão chega a parar se tiro o pé do acelerador. A embreagem é muito leve”.
Manobrar o trio é mais complicado do que simplesmente seguir com ele pela avenida, diz Souza. “A parte mais dificil é a volta do trio ao ponto de partida, que só dá para retornar de ré. Como quase não tenho visão da cabine, para realizar essa manobra, conto com a ajuda de seis pessoas”. O conjunto do cavalinho e do trio no carnaval chega a 25 metros de comprimento e largura de 5,92 metros, com altura de 7 metros.
Exigências ao volante
Para pilotar um trio elétrico a habilitação exigida é categoria E, obrigatoriamente. Uma licença especial é necessária para que se tenha a exata noção de como dirigir em meio à multidão. Sabendo disso, Souza faz todos os anos o curso de orientação para condutores de trios elétricos, ministrado pelo DETRAN-BA, cuja participação do condutor é obrigatória.
No final do curso, um certificado e uma credencial são entregues ao motorista. Sem o último documento, o condutor do trio elétrico não conduz no circuito carnavalesco. Como os motoristas são submetidos a condições especiais de trabalho, ele tem que aprender também as normas especiais de circulação. No curso consta orientação referente a normas comportamentais de segurança; circulação veicular; relações humanas no trânsito; meio ambiente; direção defensiva; legislação de trânsito; estresse, alimentação e álcool no trânsito.
Outra exigência para trabalhar no circuito é o uso do protetor auricular pelo caminhoneiro. “É obrigatório. Dessa forma não me distraio, com a música. Por isso, quem comanda o ritmo do caminhão é a própria Daniela Mercury. A comunicação é feita diretamente do palco com a cabine do caminhão. Quando o caminhão deve parar, a cantora aperta um botão vermelho e quando é para andar aperta o botão verde”. Mas não é so isso que o caminhoneiro tem que obedecer. É preciso respeitar também o comando da polícia que organiza o bom andamento do carnaval.
Vistoria do caminhão e do trio-elétrico
É o próprio motorista do trio-elétrico que acompanha também a vistoria feita no caminhão por diversos órgãos municipais e governamentais, que são SUCOM, CREA-BA, DETRAN, DTP/ICAP, PM/CCB, SAÚDE, SESP e SEFAZ-BA onde são verificados pneus que devem estar em condições ideais, freios, suspensão e motor, além da altura e a capacidade de carga dos trios e carros de apoio. O aterramento do gerador elétrico e a distância entre os eixos, cujo equilíbrio depende da precisão desse dimensionamento, são fatores primordiais. As normas de segurança são observadas à risca, sendo que qualquer fator discordante, a exemplo de folga de direção, pode ser motivo de reprovação do veículo. Prevenção e combate a incêndios são itens que fazem parte da vistoria, onde são conferidos os extintores na área de cabine, grupo gerador, área de sonorização, piso superior e na carroceria. É exigido também guarda-corpo, na frente e fundo dos veículos com plataformas dianteira e traseira, que possam servir de suporte para a apresentação da artista.
Visite o site e blog da Iveco no Brasil: www.iveco.com.br / www.blogiveco.com.br
MM EDITORIAL
Marta de Souza
Fernanda Chiossi
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