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quarta-feira, março 15, 2006

MERCADO:TEST-DRIVE DA MERIVA SS












Fases do Meriva

Lançado em 2002, o monovolume da GM ao longo de sua trajetória no mercado brasileiro passou por três atualizações e ganhou a versão esportiva SS

Desenvolvido por engenheiros e designers brasileiros, em parceria com a Opel (braço europeu da GM), o monovolume Chevrolet Meriva, chegou ao mercado nacional em 2002, como opção para quem procura um veículo ágil no transito, espaçoso, com boa capacidade para transportar carga e transitar nos finais de semana em estradas que dão acesso à chácaras e sítios.

As primeiras unidades saíram da linha de montagem equipadas com propulsores 1.8 (8 e 16 válvulas). O consumidor gostou, pois naquele ano, apesar de a comercialização iniciar em agosto, segundo levantamento feito pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), no total foram emplacados 6.019 modelos.

Já em 2003, a grande novidade do setor, motores que consomem álcool, gasolina, ou mistura dos dois em qualquer proporção, foi incorporada ao Meriva, que entrou para a história como o primeiro monovulme a utilizar a tecnologia bicombustível. Nesta fase, a montadora de São Caetano do Sul, tirou de linha a opção 16 v.

Em agosto de 2004, a GM promoveu alterações nos pacotes de itens, foi quando mudaram a denominação das versões para Joy, Maxx, e Premium.

Ainda na história do Meriva, figuram outras duas novidades: ano passado, foi equipada com a segunda geração dos propulsores Flexpower Powertrain (empresa responsável pelo desenvolvimento de motores) e ganhou a versão esportiva denominada SS, igual a avaliada nesta matéria.

Estas atualizações não alteraram o desenho externo, o que segundo Rodrigo Barão, diretor da Absolut Motors, "valoriza o carro, o Meriva, apesar de chegar ao mercado em 2002, não tem muita diferença de preço entre um ano e outro de fabricação". Ele também explica que existe pouca oferta de modelos usados e seminovos, "isso é um sinal de que os compradores estão satisfeitos e ainda não pensam em trocar, mas quando aparece na loja, vende rápido".

Barão afirma que o monovulume, produzido na unidade da GM em São José dos Campos, "é muito procurado por mulheres quando o homem compra, geralmente é para deixar com a mulher".

Visual moderno, frente com grandes faróis, o desenho do Meriva destaca na lateral, um vinco com recorte em ângulo, desde o contorno da janela traseira, até a dianteira, e termina nos pára-lamas.

Tem boa posição para dirigir, comandos dos vidros, espelhos e travas bem a mão. Retrovisores com boa visibilidade, e muito simples para manobrar no trânsito e estacionamentos.

A distância entreeixos é de 2.630 mm (quase 2 cm maior que o Astra). O comprimento exterior, chega a 4.042 mm (cerca de 6 cm menor que o do Astra). Esta configuração oferece ótimo espaço interno, tanto ao condutor como para passageiros.

Para realizar este teste segui até a bucólica Monte Verde, cidade pertencente ao município de Camanducaia, encravada no lado mineiro da Serra da Mantiqueira, há 170 km de São Paulo e 560 km do Rio de Janeiro.

No local, o Meriva SS passou diariamente por estradas de terra. Apesar de ser um veículo com características urbanas, suportou bem.

A calibragem da suspensão agradou, pois ultrapassou o terreno acidentado com poucos solavancos, e a altura em relação ao solo, evita aquelas raspadas no assoalho.

Em uma destas idas ao centro (distância aproximada de 12 km), dei carona a um casal que estava hospedado no mesmo local em que eu e minha família.

O Cláudio tem estatura de 1,91m. Fiz questão de acomodá-lo no assento traseiro. Durante o trajeto a pergunta: você está confortável?
Ele respondeu prontamente: "muito, não imaginava que este carro tinha tanto espaço".

Antes das adversidades proporcionadas pelos trechos na terra, o monovolume passou pelas subidas, descidas, curvas e retas da Rodovia Fernão Dias.

Esta versão com apelo esportivo, não sofreu alterações mecânicas, ou de suspensão. Mas as rodas 15X6 liga leve, calçadas com pneus 185/60R15, equipamento original do carro, melhoraram a estabilidade, que se mostrou firme nas curvas (a versão tradicional no modelo de entrada usa rodas 14X5 ½ e pneus 175/70 R14).

Na Fernão Dias, também foi possível sentir o excelente trabalho feito pela engenharia da GM Powertrain no propulsor que equipa, além do Meriva, a Montana e o Corsa.

O peso total, em relação ao motor anterior, caiu de 112 kg para 106 kg.

Também foram incorporadas diversas novidades como: cabeçote com balancins roletados, tuchos menores e mais leves, válvulas com hastes de menor diâmetro; o coletor de admissão agora é fabricado de material plástico (entre outras vantagens apresenta menor peso); novo sistema de injeção eletrônica seqüencial; coletor de escape, do tipo tubular para reduzir o tempo de aquecimento do catalisador e diminuir os índices de emissões.

Na prática, o motor que chegava a 105cv abastecido com gasolina, e 109 cv com álcool, agora rende 112cv ao carregar o derivado do petróleo e 114cv quando o tanque tem 100% de álcool. Isso representa um arranque mais rápido, acelerações precisas, retomadas rápidas e fôlego durante ultrapassagens.

Nas versões Maxx (R8E), Premium (R8G) e SS, oferece várias configurações nos assentos traseiros, graças ao sistema chamado ‘FlexSpace’. Ele permite uma série de movimentações, para o transporte de pessoas ou carga.

Esta versatilidade é confirmada pela pedagoga Maria Lúcia Straus. Ela possui um Meriva ano 2004, o qual utiliza em seus afazeres diários, que consistem em levar os filhos para a escola, e locomover-se até o trabalho. Mas foi na prática de um hobby que percebeu a capacidade de transporte do Meriva, "gosto de jardinagem, por isso vou ao Ceasa fazer compras de flores, vasos", explica a pedagoga, "certa vez transportei uma cerejeira que tinha aproximadamente 1,65m, para isso foi só rebater os bancos".

Ela escolheu o monovolume, porque confia na marca Chevrolet, "já tive o Monza e o Vectra, gostei, pois os carros não tiveram problemas, e o Meriva também, acertei na compra".
Maria Lúcia considera o veículo, feminino e espaçoso, as ressalvas ficam por conta dos vidros laterais dianteiros (que lembram o antigo quebra-vento), "eles atrapalham um pouco a visibilidade", reclama, "e o arranque é lento".

Já o desempenho em rodovias é plenamente aprovado, "apesar de viajar apenas uma vez por ano, senti muita segurança nas rodovias ao realizar ultrapassagens", comenta.
As manutenções são feitas de acordo com o plano sugerido pela montadora, "com 15.000 km rodados troquei as pastilhas de freios, óleo do motor e os filtros, ou seja, é um carro confiável", afirma.

Quando perguntada se compraria outro Meriva, a resposta é afirmativa, e manda um recado para os responsáveis por produtos da GM, "coloca o teto solar, eu adoro teto solar, mas infelizmente o Meriva não tem", finaliza.

A Meriva SS, é vendida na cor vermelho Lyra, assim como o Astra e Corsa, integrantes da linha, sem pacotes de opcionais. O preço sugerido é de R$ 53.679. Já na versão de entrada, a Joy o interessado terá que desembolsar R$ 44.164 na concessionária, ou R$ 42.000 nas compras via web.

Legendas:

Design exclusivo na grade dianteira, faróis com acabamento diferenciado

Duas faixas que acompanham as laterais do pára-brisas, na cor prata, mesma cor utilizada nas coberturas dos espelhos retrovisores e nas maçanetas externas

Rodas possuem desenho inédito e exclusivo das versões SS

Na traseira, lanternas com acabamento fumê e faixa na parte inferior da tampa do porta-malas com a inscrição "Super Sport"

Painel de instrumentos com novo grafismo, detalhes em vermelho e ponteiros brancos
Bancos em dois tons de cinza e vermelho, painéis de acabamento das portas possuem descansa-braço, porta-mapas com local para copos integrado nas portas dianteiras e traseiras

Equipamentos como direção hidráulica, ar-condicionado e conjunto elétrico de vidros, travas e espelhos, são de série

A capacidade de carga do porta-malas varia de 360 litros até 1.610 litros com os bancos rebatidos

Segunda geração dos motores Flexpower Powertrain, peso de 106 kg e 114cv de potência abastecido com álcool

Ficha técnica

Motor
Modelo: X18XF Família I
Disposição: Transversal
Número de cilindros: 4 em linha
Cilindrada (cm3): 1.796
Diâmetro e Curso (mm): 80,5 x 88,2
Válvulas: SOHC, duas válvulas por cilindro
Injeção eletrônica de combustível: M.P.F.I. (Multi Point Fuel Injection)
Taxa de compressão: 10,5:1
Potência máxima líquida: Gasolina: 112 cv a 5.600 rpm Álcool: 114 cv a 5.600 rpm
Torque máximo líquido: Gasolina/Álcool: 17,7 mkgf (174 Nm) a 2.800 rpm
Combustível recomendado: Gasolina comum e/ou Álcool hidratado
Rotação máxima do motor (rpm): 6.400

Transmissão
Modelo: F17-5 WR
Manual de 5 velocidades à frente sincronizadas

Chassis/ Suspensão
Dianteira: Independente, McPherson, com braço de controle ligado ao sub-chassis, molas helicoidais com compensação de carga lateral, amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás e barra de torção ligada à haste tensora
Traseira: semi-independente, viga de torção soldada com 2 braços fundidos de controle, molas tipo barril com diâmetro variável e progressiva, amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás

Direção: Hidráulica, pinhão e cremalheira

Freios
Tipo: Discos ventilados dianteiros, tambor traseiro

Rodas/Pneus
Roda tamanho e tipo: 15 x 6 - liga leve
Pneus: 185/60R15

Dimensões/Pesos
Distância entre eixos (mm): 2.630
Comprimento total (mm): 4.042
Largura carroceria (mm): 1.694
Largura total (mm): 1.944
Altura (mm): 1.624
Bitola (mm): Dianteira: 1.449; traseira: 1.464
Altura mínima do solo (mm): 138
Peso em ordem de marcha (kg): 1.280

Capacidades
Porta-malas (litros): 360 à 1.610
Carga útil (kg): 475
Tanque de combustível (litros): 52,5
Óleo do motor (litros): 3,25 (3,5 com o filtro)
Sistema de refrigeração (litros): 6,0
Sistema de partida a frio (litros): 0,580

Texto:Edison Ragassi
Fotos: Valeria Matias

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