Bom dia, amigos. Esta é a minha 81ª coluna aqui no METRO e, sem dúvida,
nunca foi tão difícil escrever. Normalmente, a cabeça da gente está sempre
borbulhando de novidades para contar e muitas vezes falta espaço para tudo.
Agora estou aqui, nesta manha de segunda-feira no meu quarto de hotel em
Las Vegas, depois de ficar olhando por bom tempo para essa “folha em branco”
da tela do computador, começando a escrever algumas coisas que eu não
tenho a menor ideia de como terminar.
Nossas conversar semanais têm sido de alegria pelas conquistas, frustrações
pelos problemas nas pistas, expectativa positiva pelo futuro e planos, muitos
planos sobre como melhorar e avançar ainda mais nesse esporte que tanto
amamos e que se confunde com a minha vida. Sim, porque falar de Helio
Castroneves sem falar de automobilismo é algo estranho, incompleto.
Eu tinha planos de escrever sobre o título da temporada, do banquete de
premiação, das inúmeras festividades aqui em Las Vegas. Estava torcendo
para que pudéssemos estar aqui comemorando o título do Will Power e do
Team Penske. Em lugar disso, porém, há um vazio. Quando você tem de
escrever sobre a morte de um amigo, alguém que amava o esporte e fez da
paixão pelo esporte a verdadeira mola propulsora de toda uma vida, realmente,
confesso a minha incapacidade.
É tão difícil falar nessas horas... Não é concebível a morte de um jovem
justamente num esporte que amamos tanto, que é vida, alegria, emoção,
depreendimento. Claro que o automobilismo tem seus riscos, mas a morte não
faz parte da cartilha do esporte, não pode fazer parte, entende? Não temos
controle do nosso destino e muito menos sabedoria para entender o por que
das coisas.
O Dan Wheldon era um cara tão legal, meu Deus, alegre, estava sempre de
bom humor. Um cara desses que a gente sente satisfação em conhecer. Ele
tinha um filho na idade da Mikaella e outro bebezinho de alguns meses. Então,
todos nós estamos arrasados, com o coração apertado. É uma perda enorme,
do profissional, do cidadão e do pai de família. Só tenho de orar muito para que
sua alma seja recebida com todas as glórias no Reino de Deus e que ampare
sua família. Que a gente possa sempre lembrar do Dan como esse cara genial,
que todos nós aprendemos a gostar, e vamos sentir muita, mas muita falta,
mesmo.
Perdoem-me, amigos, mas as últimas horas têm sido de muitas tristezas e dor
no coração. Cada palavra é difícil e vou encerar por aqui. Abraço a todos .
Fonte: METRO JORNAL
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