COMPRE AGORA

sexta-feira, novembro 02, 2007

* GT3: NA EUROPA, LAMBORGHINI VAI LEVANDO UMA SURRA.

No torneio continental, que deu origem aos campeonatos nacionais como o realizado no Brasil, Ferrari e Corvette dominam o cenário. Os "Lambo" ainda não venceram, apesar de o regulamento ser o mesmo nos dois torneios

Se no Brasil os modelos Lamborghini Gallardo colecionaram a maior parte das vitórias até o momento, no Campeonato Europeu de GT3 – que deu origem aos torneios nacionais, como o realizado por aqui –, quem se sobressai são os Ferrari F430 e os Corvette Z06. No Brasil GT3 Championship, em seis corridas realizadas, os Lambo faturaram cinco primeiros lugares, com o Dodge Viper vencendo apenas uma. Do outro lado do Atlântico, o cenário é completamente diferente apesar de todos os torneios da modalidade utilizar exatamente o mesmo regulamento, desenvolvido e estritamente controlado pela SRO Organization, a empresa que tem autorização da FIA para promover estas competições no mundo inteiro. No primeiro Campeonato Europeu de GT3 da história, realizado em 2006, o modelo Porsche 997 GT3 Cup foi o campeão. O supercarro alemão venceu três das dez corridas. De seu lado, o agressivo Viper Coupé se mostrou bem rápido e eficiente, ganhou quatro provas, mas não foi constante o suficiente para obter boas pontuações nas ocasiões em que não venceu. Já o Ferrari F430 ganhou duas provas, enquanto o belíssimo Aston Martin venceu apenas uma.

Em 2007, outros vencedores – Apesar de os carros serem os mesmos, em oito corridas do Campeonato Europeu da atual temporada o carismático Ferrari F430 ganhou quatro, com o Corvette Z06 faturando três até o momento. Já o Ford GT, em seu ano de estréia, ganhou uma. "O interessante é que estes números mostram que carros que ganhavam corridas no ano passado parecem ter deixado de ser tão eficientes em 2007 – o que realmente não é verdade", diz o francês Stephane Ratel, presidente da SRO e sócio da SRO Latin America ao lado dos brasileiros Walter Derani e Antonio Hermann. "Os Lamborghini, que até agora são os dominantes no Brasil, falharam em chegar ao primeiro lugar no Campeonato Europeu. Tudo isso se deve, basicamente, ao equilíbrio promovido pelo regulamento da GT3".

Segundo Ratel, "no automobilismo não há mágica: ou você tem um regulamento que promove o equilíbrio ou não encontrará a mesma diversidade de modelos vencedores que vemos atualmente em todos os torneios da GT3". O dirigente explica que a SRO possui uma estrutura técnica voltada exclusivamente para a equalização do desempenho dos modelos homologados pela FIA na GT3. "Todos os anos investimos em testes feitos por engenheiros e pilotos especializados cujo objetivo é igualar, sempre e cada vez mais, o desempenho dos carros. Esta é uma tarefa difícil e bastante cara, pois deve-se levar em conta que temos carros com peso, potência, tamanho de pneus e aerodinâmica totalmente diferentes. Isso nos levou a tecer um regulamento técnico bastante sofisticado, que chegou ao nível de até mesmo determinar tipos diferentes de pneus para cada carro – um requisito inédito e ao mesmo tempo revolucionário no automobilismo. O equilíbrio da GT3 é resultado de um grande investimento, de muito trabalho, e das melhores mentes do automobilismo europeu trabalhando em um projeto muito especial", finaliza o dirigente.
Ainda segundo Stephane Ratel, o eventual domínio de um ou outro supercarro da GT3 deve-se exclusivamente ao sucesso das equipes. "Estes carros são rápidos imediatamente ao chegarem em qualquer autódromo", diz ele. "Mas uma coisa é você andar rápido, outra é ser competitivo entre várias equipes que também possuem supercarros tão velozes. As diferenças de desempenho, em geral, são mínimas. E é essa margem reduzida que determina quem vence e quem anda atrás.

No entanto, é a mão de obra de cada time que vai definir tudo. Mas é preciso entender totalmente o carro: estas máquinas são muito sofisticadas, possuem cada uma sua personalidade, é bem diferente trabalhar com um F430 ou um Corvette Z06. Então, posso garantir que o melhor carro da GT3 é aquele que pertence à equipe que souber compreender mais rápido como explorá-lo em todos os circuitos. Esse é o grande segredo dessa categoria, e também o que a torna tão atraente: competir com supercarros de grandes marcas em um torneio repleto de possibilidades".

Fotos Miguel Costa Jr

Caio Moraes, Rodolpho Siqueira e Cleber Bernuci
Press Consultoria Ltda

Nenhum comentário: