No artigo abaixo, Klever Kolberg fala das possibilidades e dificuldades para que um novo roteiro da competição seja feito para o próximo ano
Já se passaram dois meses após a bandeirada final do Rally Dakar 2010, na chegada a Buenos Aires, mas a indefinição do local onde será realizada a edição 2011 continua. A incerteza sobre o destino da próxima edição deixa centenas de pilotos na expectativa. Esta demora talvez se deva a múltiplos fatores que devem ser avaliados. Eventos recentes devem ter complicado ainda mais a decisão da ASO - organizadora da prova. Seu diretor, o Frances Etienne Lavigne, tem nas mãos uma equação um tanto confusa para resolver.
Após esta segunda realização da prova na América do Sul, havia três fortes hipóteses para o futuro do rali mais difícil do mundo. Uma era a permanência na Argentina e no Chile. Este último, inclusive, manifestou grande interesse em assumir a largada ou a chegada da competição. Entretanto, o trágico terremoto que abalou o país talvez mude as prioridades do novo governo que acaba de tomar posse. Especula-se que o Chile teria de investir cerca de sete milhões de euros para sediar o evento pelo terceiro ano consecutivo.
Outra tendência que parecia ser forte para janeiro de 2011 seria o retorno do Dakar à África, mas com um novo percurso, cruzando Tunísia, Líbia e Egito, com a chegada nas famosas pirâmides. Teoricamente, este seria um percurso livre das ameaças terroristas, que causaram o cancelamento do Dakar em 2008. A alternativa parecia viável, já que após um longo e conturbado relacionamento da Líbia com a Europa Ocidental e também com os Estados Unidos, havia uma certa harmonia. No entanto, ela foi afetada novamente pela tensão que recomeçou, e a Líbia declarou embargo comercial e econômico à Suíça, uma semana depois de Muammar Khadaffi, líder libanês, ter convocado uma "jihad" (luta armada) contra o país europeu, em represália pela recente aprovação de um referendo que impõe restrições à construção de minaretes em mesquitas.
Após esta segunda realização da prova na América do Sul, havia três fortes hipóteses para o futuro do rali mais difícil do mundo. Uma era a permanência na Argentina e no Chile. Este último, inclusive, manifestou grande interesse em assumir a largada ou a chegada da competição. Entretanto, o trágico terremoto que abalou o país talvez mude as prioridades do novo governo que acaba de tomar posse. Especula-se que o Chile teria de investir cerca de sete milhões de euros para sediar o evento pelo terceiro ano consecutivo.
Outra tendência que parecia ser forte para janeiro de 2011 seria o retorno do Dakar à África, mas com um novo percurso, cruzando Tunísia, Líbia e Egito, com a chegada nas famosas pirâmides. Teoricamente, este seria um percurso livre das ameaças terroristas, que causaram o cancelamento do Dakar em 2008. A alternativa parecia viável, já que após um longo e conturbado relacionamento da Líbia com a Europa Ocidental e também com os Estados Unidos, havia uma certa harmonia. No entanto, ela foi afetada novamente pela tensão que recomeçou, e a Líbia declarou embargo comercial e econômico à Suíça, uma semana depois de Muammar Khadaffi, líder libanês, ter convocado uma "jihad" (luta armada) contra o país europeu, em represália pela recente aprovação de um referendo que impõe restrições à construção de minaretes em mesquitas.
As relações entre Líbia e Suíça estão ruins desde julho de 2008, quando Hannibal, filho da Khadaffi, foi brevemente detido em Genebra. O problema piorou quando a Líbia reagiu prendendo e confiscando o passaporte de dois empresários suíços - Rashid Hamdani e Max Goeldi.
Esta tensão pode afetar uma provável nova rota para o Dakar, ou até mesmo causar a proibição da presença de pilotos, equipes, jornalistas e membros de staff de algumas nacionalidades, que teriam negado os vistos de entrada na Líbia.
Existe uma terceira alternativa. E ela seria o retorno ao percurso original, com a saída de Paris e a chegada em Dakar, capital do Senegal. No entanto, ela parece pouco provável, já que tanto os competidores como os patrocinadores não estariam dispostos a correr os riscos de enfrentamento com grupos armados locais ou até mesmo ameaças da Al-Qaeda.
O que nos resta é ficar na espera das novidades que definirão a rota do Dakar para janeiro de 2011.
Klever Kolberg - Piloto do Valtra Dakar Eco Team.
Sobre Klever Kolberg: Engenheiro e piloto, Klever Kolberg é o brasileiro que mais vezes participou do Rally Dakar, competição off-road mais difícil e perigosa do mundo, tendo sido um dos pioneiros no país a disputá-la. O piloto criou a primeira equipe brasileira a participar do Dakar e vai competir pela 22ª vez em 2010. Um dos grandes nomes do off-road nacional, Klever começou na prova competindo de moto, entre 1988 e 1996, sagrando-se campeão da categoria Motos Maratona em 1993, ano em que foi o quinto colocado no geral. A partir de 1997 passou a disputar o Dakar entre os carros, obtendo o título vice-campeão na categoria Carros Maratona em 1999 e 2000 e na categoria Carros Diesel em 2002. É autor de três livros sobre o assunto e é comentarista de rali no canal ESPN desde 2007.
Comandado por Klever Kolberg (piloto) e Giovanni Godoi (navegador) no Rally Dakar 2010, o Valtra Dakar Eco Team é patrocinado por Valtra, BASF, Mitsubishi, Cosan, Unica, Mobil Super Flex, Pirelli, Fremax e Magneti Marelli, e apoiado por Artfix, Sparco e Waiver.
Acesse o site do piloto: www.parisdakar.com.br
Esta tensão pode afetar uma provável nova rota para o Dakar, ou até mesmo causar a proibição da presença de pilotos, equipes, jornalistas e membros de staff de algumas nacionalidades, que teriam negado os vistos de entrada na Líbia.
Existe uma terceira alternativa. E ela seria o retorno ao percurso original, com a saída de Paris e a chegada em Dakar, capital do Senegal. No entanto, ela parece pouco provável, já que tanto os competidores como os patrocinadores não estariam dispostos a correr os riscos de enfrentamento com grupos armados locais ou até mesmo ameaças da Al-Qaeda.
O que nos resta é ficar na espera das novidades que definirão a rota do Dakar para janeiro de 2011.
Klever Kolberg - Piloto do Valtra Dakar Eco Team.
Sobre Klever Kolberg: Engenheiro e piloto, Klever Kolberg é o brasileiro que mais vezes participou do Rally Dakar, competição off-road mais difícil e perigosa do mundo, tendo sido um dos pioneiros no país a disputá-la. O piloto criou a primeira equipe brasileira a participar do Dakar e vai competir pela 22ª vez em 2010. Um dos grandes nomes do off-road nacional, Klever começou na prova competindo de moto, entre 1988 e 1996, sagrando-se campeão da categoria Motos Maratona em 1993, ano em que foi o quinto colocado no geral. A partir de 1997 passou a disputar o Dakar entre os carros, obtendo o título vice-campeão na categoria Carros Maratona em 1999 e 2000 e na categoria Carros Diesel em 2002. É autor de três livros sobre o assunto e é comentarista de rali no canal ESPN desde 2007.
Comandado por Klever Kolberg (piloto) e Giovanni Godoi (navegador) no Rally Dakar 2010, o Valtra Dakar Eco Team é patrocinado por Valtra, BASF, Mitsubishi, Cosan, Unica, Mobil Super Flex, Pirelli, Fremax e Magneti Marelli, e apoiado por Artfix, Sparco e Waiver.
Acesse o site do piloto: www.parisdakar.com.br
Foto: Vitor Sendra
ReUnion Press
Rodolpho Siqueira / Cleber Bernuci/André Stepan/Fabio Ometto
ReUnion Press
Rodolpho Siqueira / Cleber Bernuci/André Stepan/Fabio Ometto
Nenhum comentário:
Postar um comentário