A brasileira garantiu a sua classificação no Pole Day sendo a mulher mais rápida
Primeira brasileira a competir em uma das duas categorias top do automobilismo internacional, a paulistana Bia Figueiredo classificou-se como a melhor estreante do grid da 500 Milhas de Indianápolis de 2010, e também é a mulher melhor posicionada para a largada. Sairá na frente da talentosa Simona de Silvestro e das experientes e competentes Danica Patrick e Sarah Fischer.
Única mulher do mundo a vencer na Fórmula Renault e na Indy Lights, Bia está acostumada a fazer história. E agora é a primeira brasileira a disputar a corrida que está em sua era centenária, e só a partir de 1977 começou a ter a participação de mulheres.
Confira a entrevista concedida por Bia Figueiredo em Indianápolis:
1 Você se tornou a primeira brasileira a conquistar um lugar no grid de largada da 500 Milhas de Indianápolis. O que isso significa para você?
Bia Figueiredo: Eu me sinto muito honrada por ser a primeira brasileira a disputar a 500 Milhas de Indianápolis, a maior corrida do mundo. Para mim é um momento muito especial como piloto e como mulher. Estou muito feliz.
2 Você foi a estreante mais rápida e a mais rápida das cinco mulheres inscritas na classificação para a 500 Milhas de Indianápolis. Vai largar na frente da Danica Patrick e da Sarah Fisher, as mulheres mais bem sucedidas da Indy até agora. Na sua estreia, na São Paulo Indy 300, você acabou a corrida também como a melhor estreante e a mulher mais bem classificada. Você pretende repetir isso na corrida de 30 de maio?
BF: Ser a melhor estreante em todas as corridas que disputar é um grande objetivo para mim. A Izod Fórmula Indy tem rookies muito rápidos e competentes, como o Takuma Sato, o Mario Romancini e a Simona de Silvestro. Foi muito importante conquistar isso no Brasil e no grid da 500 Milhas de Indianápolis. Não gosto de criar expectativas, mas seria uma grande honra ser a melhor estreante na corrida do dia 30. Quanto a ser a melhor mulher colocada, para mim não faz diferença, apesar de a imprensa e os fãs adorarem essa competição.
3 Nos Estados Unidos se dá muita importância ao desempenho dos estreantes, que na 500 Milhas de Indianápolis têm até troféus específicos. Por que isso acontece?
BF: Isso é algo interessante aqui e quem me alertou a respeito foi o André Ribeiro, gestor da minha carreira junto com o Augusto Cesário. Ele foi Rookie of the Year no ano de sua estreia na Fórmula Indy e Fastest Rookie na classificação da 500 Milhas de Indianápolis. Acho uma competição muito legal. Dão muita importância para isso aqui porque os Estados Unidos cultivam e valorizam os feitos das pessoas e a memória histórica.
4 Você é a única mulher do mundo a vencer na Fórmula Renault e na Firestone Indy Lights, a primeira brasileira a chegar a uma categoria top do automobilismo internacional, e agora a primeira a correr na 500 Milhas de Indianápolis. Isso aumenta o peso da sua responsabilidade? Você pensa nisso quando entra na pista?
BF: Não penso, não. Consegui quebrar muitas barreiras na minha carreira e certamente vou batalhar muito para conseguir vitórias na Fórmula Indy.
5 A Indianápolis 500 é sua primeira corrida em circuito oval na Fórmula Indy. E você andou pouco nos treinos livres, ao todo não chegou a 200 voltas. Isso te atrapalhou? Quando foi para a classificação para a Indianápolis 500, que resultado esperava? A pressão foi maior do que na classificação para sua estreia na São Paulo Indy 300? A emoção é diferente?
BF: Com certeza, se pudesse andar mais nos treinos, poderíamos melhorar mais. Limitaram a quantidade de nossos pneus e depois liberaram quando só faltavam dois dias para acabar os treinos. Não sabia o que esperar da classificação, mas queria muito me garantir no primeiro dia. A emoção foi diferente da classificação do Brasil. As duas corridas são muito especiais, mas a 500 Milhas de Indianápolis é a maior corrida do mundo e está completando 100 anos de história. O frio na barriga foi um pouco maior, até porque, aqui, se você não for rápido o suficiente, não corre.
6 Na realidade, esta será sua terceira corrida em Indianápolis. Qual é a diferença entre acelerar um Indy Lights e um Fórmula Indy nesse circuito?
BF: Em termos de traçado e jeito de guiar os dois carros são muito parecidos. Mas de resto é tudo muito diferente. O Indy é muito mais rápido, mais pesado, mais avançado tecnologicamente, tem muito mais itens para se mexer, a corrida é muito mais longa e difícil.
7 O circuito oval de Indianápolis é diferente dos outros? No que e por quais motivos? Dá medo raspar o muro com o carro da Fórmula Indy?
BF: O circuito de Indianápolis, na verdade, não é bem um oval. Se olhar bem, ele é um retângulo com curvas de 90 graus com raio longo. O que o torna desafiador e perigoso, pois as velocidades são muito altas. Se tiver medo, você não consegue fazer a volta de pé embaixo.
8 A emoção de participar da 500 Milhas de Indianápolis, uma corrida que você sonhava fazer, atrapalha o trabalho na pista?
BF: Não atrapalha, não. Desde que cheguei aqui estou muito focada e tranquila. Eu me surpreendi um pouco com a atenção e carinho dos fãs. Às vezes ficam esperando quase uma hora na frente da garagem até eu aparecer. Muitos são crianças. Ver que as pessoas te respeitam e te admiram é muito gratificante.
9 Você já declarou muitas vezes sua admiração por Tony Kanaan e Helio Castroneves, que te viram começar no kart, ainda criança, e você os viu correndo desde sua infância. Como se sente agora competindo com eles?
BF: Não penso muito nisso dentro da pista. Para mim, lá dentro somos todos iguais e a admiração fica para fora da pista, com todo o respeito.
10 Como você comemorou sua classificação no grid de Indianápolis?
BF: Comemorei com a equipe, a Ipiranga Dreyer & Reinbold Racing, que fez um ótimo trabalho, com o Augusto Cesário (gestor da minha carreira junto com o André Ribeiro), que passou a semana aqui comigo para me ajudar, depois ao telefone com o André Ribeiro, o Nô (meu treinador no kart e meu conselheiro até hoje), com a Estela Craveiro (minha assessora de imprensa), com a minha família, e, claro, com os patrocinadores que tornaram isso possível.
11 Como é a sua rotina nessas semanas da 500 Milhas de Indianápolis? O que você faz dentro do autódromo além de ir para a pista? O que você faz fora do autódromo? O que come? Quantas horas dorme? Quais seus compromissos com patrocinadores e parceiros nesta semana de corrida?
BF: A rotina é mais ou menos assim: acordar, ir para a academia treinar, correr para a pista para dar entrevistas, falar com a equipe e treinar, depois jantar ou evento obrigatório. Acordo às sete da manhã e geralmente vou dormir às 23 horas. Como massa no almoço e tento pegar leve no jantar, comendo peixe ou salada.
12 Tantos dias inteiros seguidos treinando é bastante cansativo. Como você faz para recarregar suas energias? Sobra tempo para relaxar ou se divertir?
BF: É bem cansativo. Todas as noites eu dormi como uma pedra. Não deu tempo para me divertir, só neste domingo do Bump Day pude encontrar com grandes amigos aqui em Indianápolis para comemorar a classificação. Para quem acha que essa semana será tranquila, todos os pilotos têm dezenas de entrevistas, almoços, jantares, aparições e etc. para cumprir. Não para nunca, mas é gratificante.
13 Tanto na São Paulo Indy 300 quanto na 500 Milhas de Indianápolis você teve que lutar bravamente para obter patrocínio que te permitisse estar na pista. Como foi enfrentar os meses de incerteza que antecederam as duas provas? Em algum momento você pensou em desistir?
BF: Nunca. Esses meses de negociação só me fortaleceram mentalmente. Sempre me preparei para o sim. O André Ribeiro e o Henrique Olivier, que faz parte do nosso time, desenvolveram um excelente trabalho e conseguimos trazer os mesmos patrocinadores da São Paulo Indy 300 para a 500 Millhas de Indianápolis: a Ipiranga, a Flow Guard Gold, que é uma marca da Lubrizol nos Estados Unidos, a Monange e a Bardahl, que está comigo há cinco anos. Fico muito feliz por grandes empresas como essas confiarem no meu talento e competência na pista.
14 Qual é o seu plano de carreira para depois da 500 Milhas de Indianápolis?
BF: O plano é correr o campeonato todo da Fórmula Indy em 2011. Para isso, vamos trabalhar muito no segundo semestre e neste ano devo, no máximo, fazer mais uma corrida.
Assessoria de Imprensa da Fórmula Indy no Brasil:
Anderson Marsili - Mpteam
Estela Craveiro
MTb 15.590
IMPRENSA BIA RACING
Única mulher do mundo a vencer na Fórmula Renault e na Indy Lights, Bia está acostumada a fazer história. E agora é a primeira brasileira a disputar a corrida que está em sua era centenária, e só a partir de 1977 começou a ter a participação de mulheres.
Confira a entrevista concedida por Bia Figueiredo em Indianápolis:
1 Você se tornou a primeira brasileira a conquistar um lugar no grid de largada da 500 Milhas de Indianápolis. O que isso significa para você?
Bia Figueiredo: Eu me sinto muito honrada por ser a primeira brasileira a disputar a 500 Milhas de Indianápolis, a maior corrida do mundo. Para mim é um momento muito especial como piloto e como mulher. Estou muito feliz.
2 Você foi a estreante mais rápida e a mais rápida das cinco mulheres inscritas na classificação para a 500 Milhas de Indianápolis. Vai largar na frente da Danica Patrick e da Sarah Fisher, as mulheres mais bem sucedidas da Indy até agora. Na sua estreia, na São Paulo Indy 300, você acabou a corrida também como a melhor estreante e a mulher mais bem classificada. Você pretende repetir isso na corrida de 30 de maio?
BF: Ser a melhor estreante em todas as corridas que disputar é um grande objetivo para mim. A Izod Fórmula Indy tem rookies muito rápidos e competentes, como o Takuma Sato, o Mario Romancini e a Simona de Silvestro. Foi muito importante conquistar isso no Brasil e no grid da 500 Milhas de Indianápolis. Não gosto de criar expectativas, mas seria uma grande honra ser a melhor estreante na corrida do dia 30. Quanto a ser a melhor mulher colocada, para mim não faz diferença, apesar de a imprensa e os fãs adorarem essa competição.
3 Nos Estados Unidos se dá muita importância ao desempenho dos estreantes, que na 500 Milhas de Indianápolis têm até troféus específicos. Por que isso acontece?
BF: Isso é algo interessante aqui e quem me alertou a respeito foi o André Ribeiro, gestor da minha carreira junto com o Augusto Cesário. Ele foi Rookie of the Year no ano de sua estreia na Fórmula Indy e Fastest Rookie na classificação da 500 Milhas de Indianápolis. Acho uma competição muito legal. Dão muita importância para isso aqui porque os Estados Unidos cultivam e valorizam os feitos das pessoas e a memória histórica.
4 Você é a única mulher do mundo a vencer na Fórmula Renault e na Firestone Indy Lights, a primeira brasileira a chegar a uma categoria top do automobilismo internacional, e agora a primeira a correr na 500 Milhas de Indianápolis. Isso aumenta o peso da sua responsabilidade? Você pensa nisso quando entra na pista?
BF: Não penso, não. Consegui quebrar muitas barreiras na minha carreira e certamente vou batalhar muito para conseguir vitórias na Fórmula Indy.
5 A Indianápolis 500 é sua primeira corrida em circuito oval na Fórmula Indy. E você andou pouco nos treinos livres, ao todo não chegou a 200 voltas. Isso te atrapalhou? Quando foi para a classificação para a Indianápolis 500, que resultado esperava? A pressão foi maior do que na classificação para sua estreia na São Paulo Indy 300? A emoção é diferente?
BF: Com certeza, se pudesse andar mais nos treinos, poderíamos melhorar mais. Limitaram a quantidade de nossos pneus e depois liberaram quando só faltavam dois dias para acabar os treinos. Não sabia o que esperar da classificação, mas queria muito me garantir no primeiro dia. A emoção foi diferente da classificação do Brasil. As duas corridas são muito especiais, mas a 500 Milhas de Indianápolis é a maior corrida do mundo e está completando 100 anos de história. O frio na barriga foi um pouco maior, até porque, aqui, se você não for rápido o suficiente, não corre.
6 Na realidade, esta será sua terceira corrida em Indianápolis. Qual é a diferença entre acelerar um Indy Lights e um Fórmula Indy nesse circuito?
BF: Em termos de traçado e jeito de guiar os dois carros são muito parecidos. Mas de resto é tudo muito diferente. O Indy é muito mais rápido, mais pesado, mais avançado tecnologicamente, tem muito mais itens para se mexer, a corrida é muito mais longa e difícil.
7 O circuito oval de Indianápolis é diferente dos outros? No que e por quais motivos? Dá medo raspar o muro com o carro da Fórmula Indy?
BF: O circuito de Indianápolis, na verdade, não é bem um oval. Se olhar bem, ele é um retângulo com curvas de 90 graus com raio longo. O que o torna desafiador e perigoso, pois as velocidades são muito altas. Se tiver medo, você não consegue fazer a volta de pé embaixo.
8 A emoção de participar da 500 Milhas de Indianápolis, uma corrida que você sonhava fazer, atrapalha o trabalho na pista?
BF: Não atrapalha, não. Desde que cheguei aqui estou muito focada e tranquila. Eu me surpreendi um pouco com a atenção e carinho dos fãs. Às vezes ficam esperando quase uma hora na frente da garagem até eu aparecer. Muitos são crianças. Ver que as pessoas te respeitam e te admiram é muito gratificante.
9 Você já declarou muitas vezes sua admiração por Tony Kanaan e Helio Castroneves, que te viram começar no kart, ainda criança, e você os viu correndo desde sua infância. Como se sente agora competindo com eles?
BF: Não penso muito nisso dentro da pista. Para mim, lá dentro somos todos iguais e a admiração fica para fora da pista, com todo o respeito.
10 Como você comemorou sua classificação no grid de Indianápolis?
BF: Comemorei com a equipe, a Ipiranga Dreyer & Reinbold Racing, que fez um ótimo trabalho, com o Augusto Cesário (gestor da minha carreira junto com o André Ribeiro), que passou a semana aqui comigo para me ajudar, depois ao telefone com o André Ribeiro, o Nô (meu treinador no kart e meu conselheiro até hoje), com a Estela Craveiro (minha assessora de imprensa), com a minha família, e, claro, com os patrocinadores que tornaram isso possível.
11 Como é a sua rotina nessas semanas da 500 Milhas de Indianápolis? O que você faz dentro do autódromo além de ir para a pista? O que você faz fora do autódromo? O que come? Quantas horas dorme? Quais seus compromissos com patrocinadores e parceiros nesta semana de corrida?
BF: A rotina é mais ou menos assim: acordar, ir para a academia treinar, correr para a pista para dar entrevistas, falar com a equipe e treinar, depois jantar ou evento obrigatório. Acordo às sete da manhã e geralmente vou dormir às 23 horas. Como massa no almoço e tento pegar leve no jantar, comendo peixe ou salada.
12 Tantos dias inteiros seguidos treinando é bastante cansativo. Como você faz para recarregar suas energias? Sobra tempo para relaxar ou se divertir?
BF: É bem cansativo. Todas as noites eu dormi como uma pedra. Não deu tempo para me divertir, só neste domingo do Bump Day pude encontrar com grandes amigos aqui em Indianápolis para comemorar a classificação. Para quem acha que essa semana será tranquila, todos os pilotos têm dezenas de entrevistas, almoços, jantares, aparições e etc. para cumprir. Não para nunca, mas é gratificante.
13 Tanto na São Paulo Indy 300 quanto na 500 Milhas de Indianápolis você teve que lutar bravamente para obter patrocínio que te permitisse estar na pista. Como foi enfrentar os meses de incerteza que antecederam as duas provas? Em algum momento você pensou em desistir?
BF: Nunca. Esses meses de negociação só me fortaleceram mentalmente. Sempre me preparei para o sim. O André Ribeiro e o Henrique Olivier, que faz parte do nosso time, desenvolveram um excelente trabalho e conseguimos trazer os mesmos patrocinadores da São Paulo Indy 300 para a 500 Millhas de Indianápolis: a Ipiranga, a Flow Guard Gold, que é uma marca da Lubrizol nos Estados Unidos, a Monange e a Bardahl, que está comigo há cinco anos. Fico muito feliz por grandes empresas como essas confiarem no meu talento e competência na pista.
14 Qual é o seu plano de carreira para depois da 500 Milhas de Indianápolis?
BF: O plano é correr o campeonato todo da Fórmula Indy em 2011. Para isso, vamos trabalhar muito no segundo semestre e neste ano devo, no máximo, fazer mais uma corrida.
Assessoria de Imprensa da Fórmula Indy no Brasil:
Anderson Marsili - Mpteam
Estela Craveiro
MTb 15.590
IMPRENSA BIA RACING