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sexta-feira, outubro 19, 2007

* HISTÓRIA DO GP BRASIL DE F1: DE 1972 ATÉ HOJE.

Depois do sucesso dos torneios de F-Ford, F3 e F2 no Brasil, o promotor Antonio Carlos Scavone (com participação de Mario Pati e de Luis Eduardo Borgheti, da Rede Globo) concretizou seus esforços, com a realização da primeira prova de F1 no Brasil. O administrador do autódromo, Wilson Fittipaldi, O Barão, comandou as reformas exigidas para a FIA e no dia 30 de março de 1972, na comemoração do oitavo aniversário da Revolução de São Paulo e no ano do sesquicentenário, Interlagos foi palco deste evento.

A prova foi disputada na 5afeira, dia 30 de março (e não no dia 31), pois vários pilotos teriam que participar da 2a etapa do Europeu de F2, em Thurxton, na Inglaterra, no dia 03 de abril. Emerson fez a pole. Com um público recorde, o jornalista belga e ex-piloto de F1, Paul Frère deu a bandeirada de largada. Wilson Fittipaldi liderou as duas primeiras voltas e o argentino Carlos Reutemann (Brabham) venceu depois que o líder Emerson teve a suspensão traseira quebrada a cinco voltas do final.

Debaixo de muito calor, Emerson (Lótus) venceu em 1973 o 1º GP do Brasil valendo pontos.

Em 1974, a chuva desabou a 10 voltas do final e o diretor Mario Pati encerrou a corrida a duas voltas depois, com nova vitória de Emerson (McLaren).

Em 1975 aconteceu a primeira dobradinha brasileira na F1 com José Carlos Pace (Brabham) vencendo e Emerson na 2ª posição. Jean-Pierre Jarier foi a sensação da prova com seu Shadow, conquistando a pole, fazendo a melhor volta e abandonando quando liderava a prova. Foi a última corrida de Graham Hill.

Em 1976 Hunt conquistou sua 1ª pole-position na F1, Jarier novamente fez a melhor volta da prova com seu Shadow, que nunca mais conseguiu essa marca na F1 e Niki Lauda (Ferrari) venceu. O outro Shadow conquistou um ótimo 3º lugar com Tom Pryce.

Carlos Reutemann (Ferrari) voltou a vencer em 1977 e 1978, quando a prova foi disputada em Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Foi a 1ª vitória da Michelin na F1. O brasileiro?? Emerson chegou na 2ªcolocação, conquistando o 1º dos dois pódios do Copersucar na F1.

Em 1979 a prova voltou para Interlagos e teve um dos maiores domínios de uma escuderia na F1. Laffite e Depailler com seus carros Ligier lideraram a prova de ponta a ponta e venceram sem dificuldades. Era a 2ª prova do campeonato e a Ligier ponteara todas as voltas das duas provas.

Os franceses venceram também em 1980, mas com a Renault de René Arnoux. A surpresa foi o jovem italiano Elio de Angelis de 21 anos chegando na 2ª colocação com seu Lótus, tornando-se o mais jovem piloto a subir no pódio da F1, recorde antes pertencente a Bruce McLaren desde o GP da Inglaterra de 1959.

Disputada em 1981, debaixo de muita chuva em Jacarepaguá, a corrida teve novamente a vitória de Carlos Reutemann, que desobedeceu às ordens da escuderia Williams e não deixou seu parceiro e campeão mundial Jones ultrapassá-lo para vencer. As surpresas foram Patrese com o Arrows em terceiro e Surer em 4º lugar fazendo a melhor volta da prova com seu terrível Ensign.

Em 1982 os vencedores Piquet e Rosberg foram desclassificados, devido a reservatórios de água irregulares em seus carros. A vitória passou para Prost (McLaren) que não liderou nenhuma volta. Exausto, Piquet chegou a desmaiar no pódio. Essa foi a última corrida de Reutemann na F1.

Novamente Piquet (Brabham) e Rosberg terminaram nas duas primeiras posições em 1983. Rosberg foi desclassificado por ter sido empurrado no pit. Seu Williams equipado com o motor Ford conquistou a única pole de um motor aspirado, na fase turbo, antes que os motores turbo fossem proibidos, no fim de 1988. Essa foi a única vez na F1 que ninguém ficou em 2º lugar, pois as posições posteriores não subiram.

No ano de 1984 a 1ª fila foi toda italiana com de Angelis e Alboreto. Isso aconteceu novamente somente no GP da Austrália de 2005 com Fisichella e Trulli.

Prost (McLaren) venceu depois que o líder Warmick (Rena??ult) abandonou a 10 voltas do final. Essa prova marcou a estréia de Ayrton Senna na F1 pilotando o Toleman.
Prost (McLaren) venceu em 1985, enquanto Piquet (Williams) e Senna fizeram a dobradinha brasileira em 1986 com Prost (McLaren) vencendo novamente em 1987.

Jacarepaguá ficou na história em 1988, por ser a última prova de F1 onde um chassi não Grand Prix se inscreveu. Foi o Dallara 3087, carro da F3000, pilotado por Alex Caffi. Ele não se qualificou para o grid enquanto Senna (McLaren) na pole teve que trocar de carro e largou do pit. Na metade da prova já vinha na 2ª colocação, quando foi desclassificado, pois a regra não permitia a troca de carro naquelas condições. Seu parceiro Alain Prost venceu pela 5ª vez em Jacarepaguá.

Em 1989, Mansell surpreendeu ao vencer com sua Ferrari, pois foi a primeira vitória na F1 de um carro com câmbio semi-automático. Ele ainda parou no pit para trocar de direção. O brasileiro Mauricio Gugelmin conquistou seu melhor resultado ao chegar na 3ª colocação com o March desenhado pelo novato Adrian Newey. Foi a última prova de F1 em Jacarepaguá. Herbert estreando na Benetton terminou atrás do brasileiro, ainda debilitado de seu acidente em Brands Hatch na F3000, onde quase perdeu as pernas.

Interlagos ficou mais curto a partir de 1990, onde a grande novidade foi a criação do “S do Senna”, logo após a reta dos boxes. Senna colidiu com Nakajima quando liderava e daí, Prost (Ferrari) venceu novamente no Brasil, tornando-se o primeiro piloto a conquistar por seis vezes um mesmo evento oficial de F1.

Finalmente Senna (McLaren) venceu no Brasil. Foi em 1991 após conquistar a pole na última volta do treino. Andando mais rápido que Senna, depois de um péssimo pit, o inglês Mansell fez mais um pit, inesperado, porque seu pneu furara. Voltou ainda na 2ª colocação, mas 30” atrás de Senna. Na 59ª volta a diferença diminuíra para 20”, quando Mansell teve problemas com o câmbio e rodou depois da reta dos boxes. O inglês e??fetuou um cavalo-de-pau e saiu queimando os pneus num espetáculo bem típico do leão. O público foi ao delírio, quando Mansell não conseguiu sair devido à quebra total do câmbio.

Patrese passou a ser o 2º colocado, com Senna na liderança mantendo 40” de vantagem sobre o italiano! Faltavam 11 voltas e o grande público brasileiro já comemorava a 1ª vitória de Senna no Brasil. Mas começou a chover e Patrese diminuía muito a diferença para o brasileiro. Senna tinha problemas no câmbio sem a 3ª e 5ª marcha e a seis voltas do fim, o câmbio travou na 6ª marcha! Embora Patrese estivesse também com problemas, a diferença caía a cada volta e Senna sinalizava para encerrarem a prova devido às condições atmosféricas. Seu pedido não foi atendido e no final das 71 voltas, ele recebeu a bandeirada como vencedor com menos de 3” sobre Patrese. O público invadiu e bloqueou a pista para comemorar com o maior ídolo do Brasil, uma dramática vitória. Ayrton “resgatado” do público pelo safety car foi saudando-os e chegou ao pit completamente esgotado fisicamente. No pódio, Senna mal conseguia levantar a taça de vencedor, devido a espasmos musculares no pescoço e braços.

Em 1992 o domínio da escuderia Williams foi total com dobradinha de Mansell-Patrese. Senna teve problemas elétricos e abandonou insatisfeito com seu McLaren.

Mesmo sofrendo um drive-trough, por ultrapassar em bandeira-amarela, Senna (McLaren) venceu pela 2ªvez no Brasil, em 1993, novamente após a chuva. Prost aquaplanou e no final Senna ultrapassou o líder Hill, para conquistar a 100ª vitória da escuderia McLaren. Devido às várias aquaplanagens, tivemos a 1ª aparição do safety car (Fiat Tempra 16 válvulas), desde o GP do Canadá de 1973.
Proibido desde 1983, o reabastecimento voltou a partir do GP Brasil de 1994. Estreando na Williams, Senna não pode conter o domínio de Michael Schumacher (Benetton) e abandonou após rodar na 2ªcolocação. O alemão foi mais rápido nos pits e venceu com uma volta de vantagem para ??Damon Hill.

Schumacher (Benetton) venceu novamente em 1995. Ele e o 2º colocado, Coulthard, foram desclassificados por gasolina irregular e momentaneamente Berger foi considerado o vencedor. Os apelos vieram e aceitos: reconsideração dos dois primeiros colocados, mas com suas equipes não pontuando nessa prova. Pedro Diniz estreou e finalizou na 10ª posição, no seu Forti Corse. Esse foi o melhor resultado de um brasileiro correndo pela 1ª vez no GP Brasil, desde Emerson Fittipaldi vencedor em 1973.

Rubens Barrichello surpreendeu em 1996 ao conquistar com seu Jordan-Peugeot o 2º tempo no grid ao lado do pole Hill (Williams). A largada foi debaixo de chuva e Barrichello teve um bom duelo com Alesi e depois com Schumacher. Numa tentativa de ultrapassagem sobre o alemão, ele roda e abandona. Hill venceu e Schumacher chegou em 3º, uma volta atrás do vencedor.

Bandeira vermelha na 1ª volta porque Rubens Barrichello ficou parado no grid, foi a decepção dos brasileiros em 1997. Villeneuve (Williams) venceu com o surpreendente Panis (Prost), finalizando na 3ª posição.

Mika Hakkinen (McLaren) venceu as provas de Interlagos e o título em 1998 e 1999, o mesmo acontecendo com Michael Schumacher (Ferrari) em 2000. Jenson Button chegou na 6ª posição cravando assim seu nome na história, ao tornar-se o mais jovem a marcar ponto no Mundial de F1. Com 20 anos de idade, 2 meses e 7 dias, ele tinha 2 meses a menos que Ricardo Rodriguez ao conquistar o 4º lugar no GP da Bélgica de 1962.

O GP de 2001 teve primeira e única pole de Schumacher (Ferrari) no Brasil. A corrida foi marcada por uma sensacional ultrapassagem de Montoya sobre Schumacher na curva do Senna, em luta pela liderança. Para infelicidade do colombiano ele colidiu com o retardatário Verstappen, deixando a vitória para Coulthard (McLaren) após muita briga com Schumacher.

Schumacher confirmou seu favoritismo em 2002 com a 4ª vitória aqui e seu 100º pódio na F1, depois que Barrichello?? abandonou quando liderava.

Em 2003 Fisichella venceu pela primeira vez na F1 e seu carro Jordan pela quarta vez na 200ªparticipação na F1. Houve cinco entradas do safety car. Frentzen tornou-se o segundo pilota a terminar uma prova sem reabastecer desde que a regra foi reintroduzida (em 1994). O outro foi Salo (Mônaco de 1997).

Rubens Barrichello conquistou a pole em 2004 e o vencedor foi Montoya com a Williams-BMW.

2005 teve vitória e dobradinha da McLaren, com Kimi e Montoya. O espanhol Alonso tornou-se o mais jovem campeão da F1, batendo Emerson em 1972 por 187 dias.
O brasileiro Felipe (Ferrari) venceu, Michael triunfou e Fernando conquistou o bicampeonato. Esse foi o retrato do emocionante GP Brasil de 2006. Massa conquistou a pole e liderou praticamente de ponta a ponta. Michael teve problemas no qualifying final e também na corrida quando sofreu um furo no pneu traseiro esquerdo, ao ultrapassar Fisichella, na oitava volta. Com a garra de sempre Michael levantou o público com lindas ultrapassagens durante a corrida (destacando-se a sobre o seu sucessor na Ferrari, Kimi Raikkonen) até efetuar a melhor volta da prova - na penúltima volta - e conquistar um suado 4º lugar. Fernando fez o suficiente para terminar em 2º lugar e garantir mais um título, enquanto Button finalizou num excelente 3º lugar. O lado negativo da prova foi a colisão entre os pilotos da Williams Webber e Rosberg na primeira volta. Webber abandonou e Rosberg com o pneu furado, não foi muito longe: colidiu muito forte contra o muro provocando a entrada do safety car por quatro voltas. Como destaque, cito o chefão da F1 Bernie Ecclestone que fez aniversário e também o rei Pelé que, antes da largada, homenageou o agora ex-piloto Michael Schumacher com um troféu...

E em 2007? Lewis Hamilton, Fernando Alonso ou Kimi Raikkonen?

fonte: FASP
Sergio Sultani

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