Harley Davidson é o sonho de todos os motociclistas
Alexandre “namorou” uma por cinco anos
Jovens de todas as idades não medem os esforços para adquirir a centenária motocicleta americana
Na casa do administrador de redes Flávio Benedini, de 32 anos, uma placa pendurada na parede revela sua maior fixação: “Só há dois tipos de motociclistas: os que dirigem Harley e os que querem dirigir”. Benedini não é o único em Campinas que decidiu antecipar o sonho e obter um modelo da marca. Hoje, ter uma Harley-Davidson também faz parte dos objetivos de diversos jovens bem-sucedidos da cidade.
O gerente de Motorclothes da Harley Davidson de Campinas, André Borges, afirma que cerca de 15% das vendas são feitas para clientes com menos de 40 anos. “Esse percentual é alto se levarmos em conta que os modelos não são baratos. O fato é que o poder da marca tem se perpetuado de geração em geração”, afirma.
Na loja, os preços das máquinas variam de R$ 30 mil a R$ 73 mil. Mas tais valores podem dobrar se o cliente quiser “customizar” a sua moto com alguns dos milhares de acessórios disponíveis. Segundo Borges, não são poucos os fatores responsáveis por essa crescente adesão de jovens ao espírito aventureiro que sempre esteve associado à marca. “Muitos cresceram vendo os pais e os avós pilotando uma Harley e já sentem que não se trata simplesmente de uma moto. Quando podem comprar uma, não pensam duas vezes”.
Benedini confirma a tese de Borges. “Desde pequeno sempre gostei de moto. Antes, no entanto, ter uma Harley era um mito distante para mim. Com o tempo, fui transformando-a num mito possível”, lembra. Há dois anos e meio, o administrador, enfim, concretizou seu sonho ao comprar uma Sportster 883 R, considerada a primeira de qualquer harlysta — sim, já se trata de um adjetivo. Este ano subiu mais um degrau trocando-a por uma Dyna. “Vou ter Harley para o resto da vida”.
A paixão de Beneditini não está restrita ao ato de pilotar a moto. Da cabeça aos pés, tudo remete à marca. “Até minha cueca é da Harley. Mas eu não me sinto fazendo propaganda gratuita, pois a sensação de pilotar é única. Com ela a idéia de motociclista não fica associada somente à velocidade. Ela transmite muito mais a sensação de conforto e liberdade do que qualquer outra coisa”, afirma.
Liberdade, aliás, que o executivo Alexandre Bagatella, de 35 anos, conheceu de forma precoce, aos 8 anos de idade. “Meu avô me colocava no tanque da moto dele e eu adorava. Naquela época já não tirava da cabeça ter uma daquela um dia”, lembra.
A partir de então, a vida inteira de Bagatella seria conduzida sobre duas rodas. Mas foi apenas há cinco anos que conseguiu comprar sua tão sonhada Harley. “Fiquei uns três anos namorando a moto aqui na loja, mas não tinha coragem de comprar. Mas chegou um dia que não teve mais jeito. Hoje, não me vejo mais sem ela”.
CLUBE
Todos os sábados pelo menos 60 motociclistas de Campinas e região se reúnem na loja da Harley-Davidson para participar dos Encontros do H.O.G., sigla em inglês para Grupo de Proprietários de Harley. Após o café da manhã, é definido um destino para que todos partam com as suas motos. Segundo Borges, esse é o maior grupo de motociclistas do mundo com mais de 15 mil associados — desse total, a Região Metropolitana de Campinas responde por 1,3 mil.
“É uma forma de mostrarmos o nosso amor pela marca e o que ela representa na vida das pessoas. Nos encontros tem até mulher que acompanha o marido com a própria moto”, conta.
Filme faz marca virar ícone de liberdade
A origem da marca Harley-Davidson surgiu em meio ao primeiro boom da indústria automobilística norte-americana. Em 1903, na cidade de Milwauke, o jovem Bill Harley e dois amigos, Arthur e William Davidson, construíram juntos uma motocicleta nos fundos da casa de um deles, onde hoje é o prédio administrativo da empresa. Até então, a moto era “apenas” uma entre tantas outras que despontavam no mercado. Mas uma sucessão de fatores fez com que a marca ganhasse status de mito. Entre eles, a sua utilização na caça ao revolucionário mexicano Pancho Villa, em 1916, e o filme Sem Destino (Easy Rider) , de 1969, que a tornou símbolo de liberdade. No Brasil, a marca abriu a sua primeira loja em 1993, na cidade de Belo Horizonte. Hoje, conta com nove concessionárias no País.
fonte: Cosmo Online
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