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segunda-feira, novembro 17, 2008

Copa Renault Clio: fã vira piloto de verdade em Curitiba
Professor no dia-a-dia, Humberto Guimarães venceu concurso realizado pela Renault e ganhou o direito de disputar freadas com pilotos profissionais. Agora, ele quer mais

O paulista Humberto Guimarães, de 34 anos, acabara de voltar de uma viagem de mergulho às Ilhas Galápagos quando foi selecionado para a fase final do concurso cultural "Seja um piloto e deixe um mito para trás", promovido pela Renault do Brasil. O prêmio era o sonho de todo fã de esporte a motor: vivenciar a experiência única de disputar posições com os pilotos da Copa Renault Clio – a categoria mais acessível e equilibrada do automobilismo brasileiro. Administrador de empresas, professor de marketing e negócios internacionais no Curso de Graduação Executiva na Faculdade Anhembi Morumbi, e proprietário de uma agência de publicidade, Guimarães utilizou sua habilidade com as palavras para ser um dos nove finalistas entre os mais de 18 mil inscritos no concurso.

Mas, para ganhar o direito de dividir a pista do Autódromo Internacional de Curitiba com alguns dos melhores pilotos do País, Humberto precisou também mostrar que sabia acelerar – e que era capaz de compreender as reações de um carro de corrida. Na fase final da promoção, os nove finalistas passaram por treinamento e avaliações especializados no "Centro Pilotagem Roberto Manzini by Renault". Uma série de critérios analisados por uma comissão acabou apontando Humberto como o primeiro fã a realizar o sonho de competir com pilotos de verdade em uma categoria profissional.

A partir daí o professor universitário trocou para valer o terno e gravata pelo macacão e sapatilha e aprendeu os primeiros segredos do esporte a motor. A preparação para a estréia se deu com mais treinos em Interlagos e, depois, diretamente no Autódromo Internacional de Curitiba, onde Guimarães disputaria neste fim de semana as provas válidas pela 7ª e 8ª etapas da Copa Renault Clio. "Foi difícil acreditar que uma promoção como essa pudesse existir, e que eu estaria na pista com alguns dos melhores pilotos do País depois de passar por um curso intensivo de pilotagem", declarou Guimarães. "Minha família e amigos também custaram a acreditar, e só mesmo uma empresa como a Renault para proporcionar a seus clientes e aos apaixonados por automobilismo, como eu, uma experiência como essa", acrescentou.

O último teste prático, no Autódromo de Curitiba, aconteceu na quarta-feira passada. Embora a sessão tenha sido prejudicada pela chuva, o então aspirante a piloto pôde conhecer o carro em situações extremas. Os preparativos continuaram nos treinos de sexta-feira, já com a presença de todos os pilotos – entre eles nomes consagrados como o do tricampeão José Cordova. "Quem está de fora e só vê o automobilismo pela TV não imagina como a coisa funciona dentro de uma equipe", diz Guimarães, em um misto de entusiasmo e deslumbramento com o novo mundo que se abria diante dele. "Existe muito trabalho, muito profissionalismo, e uma preocupação enorme com os detalhes. Eu não conhecia as competições tão de perto, mas como tenho experiência em liderança e com a rotina de empresas, posso garantir que o ambiente é muito profissional e sério. A competitividade existe o tempo todo, e eu particularmente gosto disso. Gostei muito da minha equipe, e se um dia eu voltar a competir, gostaria muito que fosse com ela", comentou o ganhador da promoção da Renault do Brasil. Em sua estréia, ele foi companheiro dos pilotos profissionais Rodolfo Pousa e Edu Garcia na equipe M2 Competições.

Ao contrário dos pilotos "normais", que costumam viajar para as provas acompanhados de amigos ou da família, Humberto Guimarães passou a semana toda sozinho no circuito Raul Boesel. A opção pela imersão no ambiente das corridas veio, segundo ele próprio, da experiência com o treinamento corporativo. E o ajudou, como estreante, a entrar no clima da disputa. "Se eu viajasse acompanhado, teria tido menos contato do que tive com os mecânicos e com meus companheiros de equipe. Entrar no clima faz parte do jogo, e aproveitei cada dia que estive aqui para conhecer pessoas, andar pelos boxes, e curtir mesmo", encerrou o paulista. Guimarães disputou duas corridas.

O mais difícil, segundo Humberto, não foi dominar o carro de corridas: "Até os treinos oficiais eu não tinha idéia de como era andar com outros carros de corrida na pista, passando bem perto por você e acelerando para valer. Você precisa assimilar isso, ter essa referência. Superada essa parte, está pronto para progredir mais no aprendizado", explica ele. E o progresso veio de verdade, como demonstra a evolução de Humberto: "Comecei o primeiro treino oficial de sexta-feira virando na casa de 1min55s, e fui melhorando até chegar a 1min43s. E senti que com mais treino e experiência poderia andar bem melhor. É uma curtição".
Na primeira corrida da rodada dupla de Curitiba, realizada no sábado, Guimarães ganhou três posições, se aproveitando do abandono dos rivais. Na prova do domingo, ficou em último, mas a satisfação foi grande: "No sábado, eu estava muito tenso, pois era minha estréia", conta ele. "Já no domingo eu fui para o grid tranqüilo, e quando a corrida acabou eu queria mesmo era continuar na pista. Na verdade, gostei muito de tudo e quero até falar com a equipe M2 sobre a possibilidade de correr no ano que vem, ou até mesmo na rodada dupla final do campeonato, que será em Interlagos", detalha o mais novo piloto do Brasil. A temporada 2008 da Copa Renault será encerrada no circuito paulistano nos dias 29 e 30 de novembro.


Rodolpho Siqueira e Caio Moraes
Texto: Rafael Durante
Foto: Fernanda Freixosa
Press Consultoria Ltda

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