Xandinho Negrão e Wiliam Starostik decoram carros com logo "Rio 2016”
CAMPO GRANDE – Foi roendo as unhas e sem esconder a tensão que o piloto Xandinho Negrão acompanhou o processo de escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2016. De olho na televisão do motor-home da Equipe Medley no Autódromo de Campo Grande (MS), Xandinho só se encaminhou aos boxes para acompanhar os treinos iniciais da 8ª etapa da Stock Car depois que a vitória do Rio de Janeiro foi anunciada.
"Torci muito e fiquei muito contente com o resultado. Acho que é uma vitória de todo o Brasil, não apenas do Rio de Janeiro. As obras estruturais necessárias para a realização dos jogos terão impacto muito grande na Cidade Maravilhosa, que poderá finalmente avançar bastante principalmente na solução dos seus problemas de segurança, trânsito, despoluição da Baía da Guanabara e tantos outros”, comentou Xandinho, que ocupa a 12ª colocação na classificação geral e tem neste fim de semana a última chance de se garantir entre os 10 que decidirão o título nos playoffs das últimas quatro corridas.
Apesar da felicidade com a decisão do Comitê Olímpico Internacional, Xandinho lembrou que será preciso uma severa vigilância sobre a aplicação da montanha de recursos financeiros necessária às obras de adequação da cidade aos padrões exigidos pelo organismo. "Espero que o dinheiro seja utilizado com bastante critério e que a iniciativa privada entre com a maior parte. O Governo não pode ser a fonte principal de verbas”, lembrou.
O Autódromo de Jacarepaguá deverá ser incluído no projeto do Comitê Olímpico Brasileiro e as categorias nacionais perderão uma praça tradicional, que já recebeu a Fórmula 1 e a Fórmula Indy. Mutilado para receber o complexo poliesportivo erguido para os Jogos Pan-Americanos de 2007, um dos traçados preferidos dos pilotos deverá desaparecer de vez. "Do jeito que está, nem me oponho ao seu fim, desde que um novo autódromo seja construído no Rio de Janeiro”, ressalvou Xandinho.
Companheiro de equipe do paulista na Equipe Medley, o paranaense William Starostik se mostrou satisfeito com a escolha do Rio de Janeiro, que superou cidades importantes como Chicago, Madri e Tóquio na reta final. "Só espero que as Olimpíadas realmente deixem um legado se transformações estruturais que tenham continuidade. O que não pode é acontecer a repetição do que vimos depois dos Jogos Pan-Americanos, quando diversas praças esportivas – inclusive as do autódromo – foram abandonadas. Só lamento pelo desaparecimento de Jacarepaguá, embora aquilo hoje não seja nem sombra do que já foi depois que a pista foi retalhada. Já vivemos correndo em locais cheios de problemas por falta de autódromos. Um a menos vai fazer falta.”
foto: Miguel Costa Jr.
Márcio Fonseca (MTb 14.457)
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