Única fábrica com dois modelos inscritos na categoria, a Ford está investindo em alterações de seus modelos mais representativos para os apaixonados por desempenho. Uma mudança importante se refere ao motor: agora, a unidade está a cargo da Roush & Yates, especialista da marca para a NascarMuita coisa mudou desde o ano passado no GT e no Mustang FR500, os dois supercarros da Ford na GT3. Única fábrica a ter dois modelos entre os onze aceitos na competição, a marca norte-americana decidiu radicalizar em busca de um desempenho de ponta. Até 2007, os dois carros eram desenvolvidos somente pela suíça Matech. Os motores usavam a mesma base da versão de rua, com seus cavalos vindos, principalmente, de um poderoso compressor. O Ford GT conseguiu bons resultados e até vitórias, mas o Mustang FR500 sempre deixou a desejar nas corridas que participou e mereceu mais atenção e investimento para manter em alta seu nome entre os apaixonados por carros de alto desempenho. Os dois modelos são os grandes ícones da marca norte-americana no mundo dos automóveis esportivos.
As mudanças para 2008 começam justamente no coração dos dois modelos: a Ford abandonou o motor usado no ano passado e optou por um projeto totalmente alterado pela empresa americana Roush & Yates, especializada em fazer motores Ford para a Nascar – a Stock Car norte-americana, que inclusive é a grande inspiração da versão brasileira da categoria. A base do propulsor é a mesma: V8, com quatro válvulas por cilindro e duplo comando de válvulas no cabeçote. Porém, a unidade perdeu o compressor e passou a ser naturalmente aspirada. Não se sabe, ainda, os motivos dessa que levaram a essa modificação, mas dá para deduzir que o motor ficou mais “elástico” e o carro, mais fácil de dirigir. Como anteriormente, a potência deve ficar na casa dos 550 cv, um dado que será confirmado após a homologação definitiva dos modelos ainda no final de março.
Revisão mais ampla – O Mustang FR500 GT3 passa por uma revisão mais ampla. Agora, ele é preparado na França pela Multimatic. Um dos objetivos é a redução drástica de seu peso total. Pela ficha técnica do ano passado, a Mustang pesava 1.380 quilos, ou seja, 100 quilos a mais que seu irmão Ford GT. Conclusão: com o mesmo motor e muito mais peso, o Mustang não tinha chance de apresentar o mesmo rendimento. Por isso, várias partes do carro devem ser substituídas por outras com resistência e funcionalidade semelhantes, mas muito mais leves. A fibra de carbono, por exemplo, é um dos materiais a ser empregados. A expectativa é de que se consiga “emagrecer” o Mustang em torno de 150 kg até a fase final de homologação no dia 31, em Nogaro, França.A preparação do Ford GT continua sendo feita na Suíça pela Matech, equipe que está no comando do desenvolvimento do supercarro norte-americano desde o início da sua concepção para as corridas do GT3. Além do novo motor, a versão 2008 também teve revista a sua gaiola de proteção. A anterior dificultava a movimentação dos pilotos especialmente na hora da troca de turno, e a solução foi redesenhá-la totalmente. Apesar de ter vencido corridas, a Ford toma medidas para tornar o GT ainda mais competitivo. Ele será ajustado para fazer frente aos demais modelos, principalmente o novíssimo Porsche 997 GT3 Cup S, que dominou os primeiros treinos de equalização, em Monza, há dez dias. O GT também terá que encarar o fato de que este ano todos os supercarros da GT3 usarão com pneus de compostos de borracha mais duros, o que deve afetar seu ajuste de suspensão.
Rodolpho Siqueira e Caio Moraes
Press Consultoria Ltda
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