Novo circuito de rua espanhol pede acerto de pista permanente
SÃO PAULO – Com base nas simulações da equipe iSport, os carros da Fórmula GP2 superarão a barreira dos 300 km/h já nos treinos que abrirão nesta sexta-feira a programação da rodada dupla – 15ª e 16ª etapas – do Grande Prêmio da Europa. As provas serão realizadas no novíssimo circuito urbano espanhol de Valência, inaugurado há pouco menos de um mês por séries de monopostos e turismo. Os ensaios livres estão marcados para o período das 6h55 às 7h25 e a sessão classificatória que definirá o grid de sábado será disputada das 10h55 às 11h25, sempre pelo horário de Brasília.A exemplo da maioria dos colegas, Bruno Senna fez o reconhecimento do traçado com um Fórmula 3 no mês passado. O vice-líder ficou impressionado com as dimensões da pista, cujos 5.440 metros de comprimento compreendem avenidas amplas de até quatro pistas, cercadas de muros ameaçadores e diminutas áreas de escape. “Nossos estudos indicam que a velocidade máxima chegará aos 303 quilômetros”, destaca Bruno. “É um traçado tão rápido que vai exigir acerto muito mais próximo ao dos autódromos permanentes do que o de Mônaco, onde andamos com o máximo de pressão aerodinâmica”, completa.
Bruno, que venceu uma de suas duas corridas em 2008 exatamente nas históricas ruas de Montecarlo, elogiou o desenho do circuito e a beleza da região em que foi montado. “A maior parte é muito larga e não faltarão oportunidades de ultrapassagem. Há apenas alguns pontos mais estreitos, como o que cruza a ponte. O problema é que as batidas serão potencialmente violentas, por causa das características de alta velocidade do traçado”, ressalva Bruno, que chegou à Espanha já como novo embaixador da rede de hotéis Hilton, que se junta ao Santander, Embratel, Carglass e Cavalera como seus patrocinadores.
As diferenças entre Mônaco e Valência serão refletidas também nos pneus escolhidos pela Bridgestone, fornecedora oficial da categoria. Se em Montecarlo a opção foi pelos supermacios, em Valência os compostos serão de dureza média. “Esses são os pneus-padrão de praticamente todas as pistas, com exceção de Barcelona”, lembra Bruno. “Já sabemos bem como funcionam em nosso carro.”
Restando apenas mais quatro etapas – Bélgica e Itália – depois de Valência, somente sete pontos separam Bruno dos 65 do líder Giorgio Pantano, da Racing Engineering. Por isso, a briga pela pole deverá ser ainda mais acirrada do que nunca, já que os dois pontos oferecidos ao autor da volta mais rápida do qualifying poderão reduzir ou ampliar o prejuízo do brasileiro. Além da rápida adaptação a circuitos desconhecidos, Bruno aposta também na força da iSport, atual campeã da Fórmula GP2 com o alemão Timo Glock, segundo colocado no recente GP da Hungria de Fórmula 1. “Tenho muita confiança na minha equipe. O material humano é tão bom que o Glock vive querendo levar o pessoal para reforçar a Toyota.”
Márcio Fonseca (MTb 14.457)
MF2 – Serviços Jornalísticos Ltda.
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