Todo piloto sabe a importância das mãos. Podemos encontrar pilotos com algum tipo de deficiência nas pernas, porém, ainda conseguem guiar um automóvel. No entanto, deficiência nas mãos ou qualquer outra limitação nos membros superiores, farão com que o ato de pilotagem fique quase impossível.
Neste texto iremos abordar lesões nas mãos, mais especificamente as fraturas e suas repercussões.
Imaginemos que nosso piloto, por qualquer motivo saia da pista e seu automóvel venha a colidir com a proteção de pneus ou mesmo com outro obstáculo. As rodas do carro quando entram em contato com o "guard-rail" podem sofrer mudança brusca de direção. Outro exemplo é o caso dos pilotos de "Rally", uma vez que seus veículos podem ter as rodas atingidas por tocos de tronco de árvores, valetas ou mesmo saliências de qualquer ordem.
Nos dois exemplos acima os punhos, na hipótese de o volante estar sendo seguro, poderão sofrer com a força transmitida pelo conjunto de direção. Neste caso, é indicado que no momento exato do impacto o volante seja liberado, e que as mãos não estejam em contato com o mesmo, se isso for possível.
Lesões tais como fraturas de ossos do carpo, metacarpo e antebraço, além de ligamentos e tendões, poderão fazer com que nosso piloto fique de fora de uma, ou mais etapas do campeonato.
Vamos imaginar que nosso piloto tenha sofrido fratura em um dos ossos do carpo, exemplo: o escafóide, semilunar ,piramidal,pisiforme, trapézio, trapezóide, captato ou hamato. Dependendo da posição e número de fragmentos, o paciente terá que ser submetido à cirurgia para redução e facilitação da consolidação óssea. Os médicos poderão optar por imobilização por tala, gesso tubular ou mesmo colocação de pinos e fios. O tempo para que a fratura seja consolidada varia entre 9 e 14 semanas. Durante o período de consolidação óssea, condutas para diminuição do edema local, bem como, dor existente, poderão ser adotadas pelo Fisioterapeuta, com a utilização de eletroterapia (TENS, LASER, Ultra som). Outra conduta que poderá ser realizada é o movimento de preensão com os dedos, tanto livre quanto com resistências que pode variar de leve (esponja), moderada (massa de modelar) ou forte (elásticos).
Pois bem, consolidação constatada e liberação para início dos trabalhos de restauro dos movimentos do punho e mão que são flexão, extensão, pronação e supinação, desvio ulnar e desvio radial. Vale lembrar que durante o ato de pilotagem esses movimentos são combinados entre si, e não um ou outro isolado.
Nenhum movimento poderá ser negligenciado, porém, sabemos que dentre os acima mencionados, a flexão e extensão de punho são relativamente mais fáceis de serem atingidos, em relação aos de pronação e supinação. Com movimentação passiva (aquela em que o terapeuta executa) e leve, os movimentos serão restaurados e posteriormente o fortalecimento de toda a musculatura de braço, antebraço e mão, fazem parte integrante do programa de reabilitação.
Outro ponto importante é a realização de movimentação combinada entre dois ou mais movimentos. Por exemplo: flexão junto de pronação e preensão. A combinação de dois ou mais sentidos de movimentos fará com que o processo de reabilitação seja o mais funcional possível, levando a exigências reais do segmento afetado.
Tanto o piloto quanto o Fisioterapeuta, deverão ter uma dose extra de paciência e perseverança, isso porque o punho, após um período de imobilização, se torna muito dolorido.
Mesmo com ausência de dor, o piloto poderá sentir um certo desconforto quando da volta à prática esportiva, devido às vibrações transmitidas pelo volante e esforços não regulares de ajustes de trajetória (sobresterço e subesterço). Outro sinal é a presença de edema local, o que poderá ser diminuído com aplicação de gelo na área afetada.
Fico por aqui desejando a todos a vitória.
fonte: FASP
texto: Hérico Gomes
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