Regulamento garante competitividade à categoria
CURITIBA - As equipes que disputam o Campeonato Mundial de Carros de Turismo – FIA WTCC já estão todas no Brasil para a rodada dupla que abre domingo a temporada 2008. Aos poucos, com a chegada dos pilotos e o trabalho dos mecânicos na preparação dos carros, o movimento nos boxes do Autódromo Internacional de Curitiba começa a aumentar. A previsão dos organizadores é que o “circo” esteja completo até a manhã desta quinta-feira.
Visitando a capital paranaense pelo terceiro ano consecutivo, o WTCC é considerado uma das principais categorias da Federação Internacional de Automobilismo – atrás apenas da Fórmula 1 e do Campeonato Mundial de Rali. O único brasileiro entre os inscritos na atual temporada é o anfitrião curitibano Augusto Farfus, da equipe BMW Team Germany e quarto colocado em 2007.
O chefe da equipe de Farfus, Charly Lemm, explica as características do WTCC. “Aqui, o desenvolvimento dos carros é mais controlado. Em nome da competitividade, o regulamento é bem mais restrito do que o da Fórmula 1, por exemplo. A intenção é que os carros não sejam tão diferentes dos modelos de rua”. Porém, as limitações não incomodam o chefe da equipe alemã. “Acho muito bom para o esporte, porque garante a competitividade, independente de quanto dinheiro a montadora pode gastar”, opina Lemm.
É claro que há alguma liberdade para aumentar a segurança dos carros, fazer mudanças no motor, caixa de câmbio ou suspensão, mas o diferencial é o acerto. “Por isso, aqui na WTCC, o trabalho de análise de telemetria é ainda mais importante e bastante sofisticado”, completa.
Os equipamentos e carros que estarão rodando na pista de Pinhais a partir de sexta-feira foram trazidos da Europa por via aérea e marítima – só de navio, foram 110 toneladas. A Chevrolet, que venceu seis das 22 corridas de 2007, é um exemplo da estrutura necessária para a competição. “Ao todo, nossa equipe trouxe 32 pessoas e 12 toneladas de equipamentos ao Brasil, incluindo os três carros”, explica o chefe de equipe, Mark Busfield. “A única diferença em comparação às etapas européias é que, no lugar dos caminhões, temos contêineres completamente lotados de equipamentos”, completa Busfield.
Na equipe alemã, a estrutura também conta com vários profissionais. “Somente para o carro do Augusto temos dois engenheiros – um deles especializado na análise de telemetria – e cinco mecânicos, sendo que um cuida só de combustível e pneus”, finaliza o chefe de equipe, Charly Lemm.
Três marcas estão em Curitiba - BMW, com os modelos BMW 320si; Chevrolet e os Chevrolet Lacetti; e SEAT, com os SEAT León. A estréia do Honda Accord Euro R Super foi adiada para a segunda etapa, em Puebla (México). Na terceira será a vez da equipe Russian Bears apresentar os dois Lada 110, aumentando para cinco o número de montadoras. Até novembro, serão disputadas 12 rodadas duplas – na primeira corrida, a largada é lançada, enquanto na segunda, os carros partem do grid. Desde sua criação, esta é a quarta temporada do WTCC, que até hoje só conheceu um campeão: o inglês Andy Priaulx, da BMW Team UK. Priaulx venceu os campeonatos de 2005, 2006 e 2007 e é o homem a ser batido.
Márcio Fonseca (MTb 14.457) e Guga Fakri
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