Nas 14 primeiras corridas, Di Grassi apenas não pontuou em uma.
A regularidade e a inteligência estratégica a partir da segunda rodada
da GP2 colocou o brasileiro em igualdade de condições
com Timo Glock para as duas corridas finais deste final de semana.
Apenas dois pontos separam os líderes na classificação
O circuito Ricardo Tormo, em Valência, na Espanha, recebe neste fim de semana uma final eletrizante com um toque dramático e todos os ingredientes para entrar na história: Timo Glock, alemão da iSport, dono do melhor carro do campeonato, versus Lucas Di Grassi, brasileiro da ART Grand Prix, que não apresentou o desempenho técnico que se esperava. Únicos com chance de chegar ao título, os dois pilotos estão separados por apenas dois pontos na tabela – Glock soma 79, contra 77 de Lucas.
Agressividade ou inteligência? Rapidez ou regularidade? O desempenho superior do carro de Glock, contudo, não se transformou em larga vantagem na pontuação. A regularidade do brasileiro, sobretudo após a etapa da Espanha, colocou os dois postulantes à taça em igualdade de condições para o round final desta que é a temporada mais disputada da história da categoria. Nas 14 primeiras corridas da temporada de 21 provas, Di Grassi apenas não pontuou em uma. Esse alto aproveitamento sinalizou a seriedade das intenções de Lucas em relação à disputa do título, em uma campanha que se fortaleceu cada vez mais conforme sua equipe melhorada o desempenho do carro.
Resultados – A Fórmula 1 acompanha a briga entre os dois líderes da GP2. Há quatro rodadas duplas Glock e Di Grassi já sinalizavam que travariam um duelo pelo título, uma briga muito valorizada por ser travada em meio a um ambiente extremamente competitivo como tem sido a GP2 em 2007. Lucas foi quinto e 23º na rodada inaugural do Bahrein, mas a partir do GP de Barcelona, conquistou dois quartos lugares, foi quinto em Mônaco, segundo e quarto na França.
Beliscou mais dois quartos lugares na Inglaterra, um segundo e um sexto na Alemanha, foi quarto e terceiro na Hungria e venceu na Turquia. Depois teve uma ligeira queda de desempenho a partir da segunda corrida turca, quando chegou em 11º, caiu para 14º na primeira prova do GP da Itália em virtude de uma quebra no câmbio, mas depois voltou a se recuperar, conquistando um quarto lugar e, na Bélgica, sendo quarto e terceiro.
Glock, que também é piloto de testes da BMW na Fórmula 1, começou a temporada com um segundo e um quinto lugares no Bahrein. Em Barcelona, venceu uma e foi segundo na outra. Foi terceiro no Principado, e então apresentou uma queda de desempenho que mesclou tensão pela pressão oferecida por Di Grassi e também acidentes e problemas mecânicos. Nesta fase Glock obteve resultados da 20ª posição nas duas corridas disputadas na França e também na rodada dupla da Inglaterra – justamente quando Lucas teve resultados consistentes e iniciou sua reação no campeonato.
Fórmula 1 – No passado, os principais protagonistas da GP2 foram guindados diretamente para a F-1. No campeonato inaugural, em 2005, os postulantes ao título no final da temporada foram Heikki Kovalainen e Nico Rosberg, hoje pilotos oficiais das equipes Renault e Williams de Fórmula 1, respectivamente. Em 2006, a rodada final chegou com Lewis Hamilton e Nelsinho Piquet disputando a taça. Com Hamilton conquistando imediatamente a condição de estrela na McLaren em 2007 – e Nelsinho prestes a anunciar seu futuro na principal categoria do mundo – a GP2 firmou-se definitivamente como filtro final e o melhor laboratório para testar quem realmente tem potencial para ingressar na Fórmula 1.
Lucas tranqüilo – Ao contrário da programação normal da GP2, nesta sexta-feira não houve treinos ou tomada de tempos em Valência. Di Grassi passou o dia conversando com seus engenheiros e estudando estratégias para a corrida. "Acho que não teremos problema de velocidade aqui. A questão-chave em termos de estratégia é a dificuldade de se ultrapassar. Isso valoriza muito o pit stop obrigatório da primeira corrida. Ele precisa ser perfeito, pois nenhuma equipe vai aceitar menos do que isso neste fim de semana", comentou o brasileiro. "Acompanhei a montagem do carro, queria ver se tudo estava ok. Claro que estava, mas tão perto do fim do campeonato você fica mais atento aos detalhes, quer saber de tudo. E, claro, sempre tem alguma coisa para aprender ou alguma ajuda que você pode dar".
A sexta-feira foi também dedicada a atividades burocráticas, como o briefing dos pilotos e preparativos de última hora. Mesmo sendo um dos dois únicos candidatos ao título, Di Grassi estava muito tranqüilo. "A vida continua no ritmo normal. Eu apenas estou mais concentrado. Em fins de semana de corrida é sempre assim, me volto completamente para o trabalho. E isso tem ajudado a equipe, pois estou sempre à disposição para qualquer informação que eles precisem. Nem gosto de atender ao telefone nestes dias, mas eu sei que tem muita gente querendo falar comigo, de patrocinadores da equipe a jornalistas estrangeiros e do Brasil. A correria está um pouco maior do que o normal, mas estou levando tudo numa boa. No automobilismo, em categorias de ponta, os pilotos costumam reclamar da tal da pressão que sofremos – coisas como exigência de resultados, cobranças de vários tipos. Eu não me abalo com isso. Meu negócio é simplesmente mexer no carro e acelerar. Todo o resto é conseqüência".
O SporTV transmite ao vivo as duas corridas do final de semana: sempre no horário de Brasília, a primeira corrida acontece no sábado, às 11 horas, e no domingo será realizada a prova de encerramento, a partir das 7 horas.
Confira a atual classificação do campeonato da GP2:
1 – Timo Glock (Alemanha), 79
2 – Lucas di Grassi (Brasil), 77
3 – Luca Filippi (Itália), 58
4 – Giorgio Pantano (Itália), 49
5 – Kazuki Nakajima (Japão), Javier Villa (Espanha) e Adam Carroll (Irlanda), 36
8 – Bruno Senna (Brasil), 34
9 – Andreas Zuber (Áustria), 30
10 – Pastor Maldonado (Venezuela), 25
Rodolpho Siqueira e Caio Moraes
Press Consultoria Ltda.
2 – Lucas di Grassi (Brasil), 77
3 – Luca Filippi (Itália), 58
4 – Giorgio Pantano (Itália), 49
5 – Kazuki Nakajima (Japão), Javier Villa (Espanha) e Adam Carroll (Irlanda), 36
8 – Bruno Senna (Brasil), 34
9 – Andreas Zuber (Áustria), 30
10 – Pastor Maldonado (Venezuela), 25
Rodolpho Siqueira e Caio Moraes
Press Consultoria Ltda.
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