Guto Negrão deixa de correr, mas não abandona Stock Car
Piloto estuda propostas para se manter na categoria em 2009
SÃO PAULO – O encerramento da carreira nas pistas, confirmado domingo no fechamento da temporada em Interlagos, não significará o fim de linha para Guto Negrão na Stock Car. Depois de descartar ofertas para continuar correndo em 2009, o piloto campineiro disse que está
estudando propostas para abrir uma nova área de atuação. “Tenho convites para trabalhar na parte diretiva de equipes. Uma das possibilidades é junto ao Ingo Hoffmann, que também se aposentou no fim de semana”, adiantou.
Guto e Ingo já são parceiros no campo social. Guto é vice-presidente do Instituto Ingo Hofmann, entidade fundada pelo recordista de títulos na Stock Car – 12 – cuja face mais visível é a Casa da Criança e da Família, parceria com o Centro Infantil Boldrini (Campinas), hospital especializado em câncer infantil. A Casa abriga crianças durante o tratamento da doença, ao lado de familiares. Em Interlagos, Guto se emocionou com a visita da garotada em sua prova de despedida. “Fiquei com um nó na garganta e não deu para segurar as lágrimas”, admitiu.
Com 49 anos, Guto estreou em 2000. Curiosamente, está pendurando as sapatilhas juntamente com o chassi tubular projetado pelo argentino Edgardo Fernandez que substituiu os Omega na mesma temporada em que ascendeu à divisão principal da Stock Car. Nesse período, disputou 108 provas e somou 426 pontos absolutos (desprezando-se a pontuação diferenciada dos playoffs). Sua melhor campanha foi a de 2003, quando terminou em terceiro lugar, a apenas um ponto de diferença do vice Cacá Bueno, e conquistou suas duas vitórias e uma pole (todas em Curitiba).
Um dos personagens mais queridos da categoria, Guto já há algum tempo considerava a idéia de se retirar das corridas. A decisão, contudo, só foi tomada na penúltima etapa, em Tarumã. “Andei me decepcionando um pouco com algumas situações e também levei em conta o momento de crise mundial, que está tendo reflexos na vida de todos e torna a obtenção de patrocínios ainda mais difícil”, justificou.
Guto, no entanto, acredita que os bons momentos superaram amplamente os maus nestes anos todos. “Terminar várias vezes entre os 10 melhores de uma série tão competitiva quanto a Stock Car compensa as dificuldades. E também acho que deixo uma imagem positiva, tanto no aspecto técnico quanto no pessoal. Thiago Camilo, com quem corri em 2008, me falou que fui o melhor companheiro de equipe que já teve. Também tive um ótimo relacionamento com todos os anteriores, como Ricardo Sperafico, Giuliano Losacco, Antonio Jorge Neto e aqueles que os antecederam”, lembrou.
Márcio Fonseca (MTb 14.457)
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