Eddie Jordan foi uma das presonagens mais coloridas da década de 90 na Formula 1, e a sua equipa foi sempre olhada com simpatia desde o primeiro momento. Mas por detrás dessa personalidade colorida e dos seus carros sempre fora do comum (quem não se lembra dos carros com as cabeças de serpente), estava uma equipa séria, com um vasto cúrriculo nas Formulas de acesso.
Nascido a 30 de Março de 1948 em Dublin, na Irlanda, Eddie Jordan foi empregado bancário antes de ser campeão irlandês de karts em 1971. Foi para a Formula Ford, onde sofreu um grave acidente em 1974, onde partiu ambas as pernas. Em 1978 mudou-se para a Formula 3 britânica e no ano seguinte correu na Formula 2, com Stefan Johansson como seu companheiro de equipa. Em 1980, depois de testar na McLaren, ficou sem dinheiro e montou a sua própria equipa: a Eddie Jordan Racing.
A partir de 1981, correndo na Formula 3, Jordan teve pilotos como David Sears, Martin Brundle (1983) e com Johnny Herbert, em 1987, ganhou o campeonato britânico. Em 1988, passou para a Formula 3000, com Herbert e Martin Donnely, e no ano seguionte, ganhou o campeonato tendo a bordo o francês Jean Alesi.
No final de 1990, Eddie Jordan prepara-se para o assalto à categoria máxima: a Formula 1. Mas quer fazê-lo com pés e cabeça, e não ser mais um aventureiro daqueles que chegam todos os anos à competição. Para isso compra motores Ford HB V8 e contrata o inglês Gary Anderson para desenhar um carro simples, mas eficaz. Assim nasce o Jordan 191.
O chassis era bonito e agradável de se ver. Com a frente elevada para deixar entrar o fluxo de ar por debaixo do nariz (tal como tinha acontecido com os Tyrrell do ano anterior), tinha uma caixa de velocidades manual Hewland de seis velocidades, e calçava pneus Goodyear. Tudo sem complicações...
Jordan contrata um veterano, o italiano Andrea de Cesaris (que tinha corrido com ele na Formula 2) e o belga ex-Coloni Bertrand Gachot. A combinação entre um veterano e um rápido e talentoso piloto, com experiência nas pré-qualificações, poderia ser a ideal para se safarem dessa penosa armadilha a meio da temporada. E facilmente conseguiram (excepto em Phoenix, onde De Cesaris ficou pelo caminho).
Cedo se impuseram no meio do pelotão, onde muitas vezes eram naturais candidatos ao "top ten" na grelha de partida. E no Canadá, os Jordan finalmente conseguiram o que queriam, ao terminar na quarta (De Cesaris) e quinta posições (Gachot). Na corrida seguinte, no México, De Cesaris volta a ficar nos pontos, na quarta posição, apesar de no final ter de empurrar o carro devido à falta de gasolina. Até ao Grande Prémio da Hungria, os carros da Jordan tinham conseguido 13 pontos, mas o melhor foi nessa corrida, quando Bertrand Gachot consegue bater o "record" da volta mais rápida do circuito de Hungaroring.
Tudo corria bem, quando o pelotão da Formula 1 se preparava para correr na pista de Spa-Ferancochamps, na Belgica. Mas de repente, um acontecimento inesperado traz agitação à equipa: Gachot é condenado a uma pena de prisão, devido a um desacato com um taxista em Londres uns meses antes, e Jordan precisava de um substituto o quanto antes. Pensou em Keke Rosberg e Stefan Johansson, mas o alemão Willi Weber chegou-se a ele, oferecendo os préstimos do campeão alemão de Formula 3 e então piloto da "Junior Team" da Mercedes: Michael Schumacher. Jordan aceita, pedindo 150 mil dólares pelo piloto, naquele fim de semana, e mesmo sem qualquer experiência de Formula 1, surpeende meio mundo ao ser oitavo classificado na grelha de partida do GP da Belgica, batendo por quase um segundo o veterano De Cesaris!
Na corrida, Schumacher não passa da primeira volta, mas a impressão nos meios da Formula 1 foi duradora, e Flavio Briatore, o patrão da Benetton, contrata-o para correr na sua equipa logo na corrida seguinte, em Monza. No seu lugar, vem Roberto Moreno, que veio da... Benetton. Moreno corre em Monza e no Estoril, onde irá ser substituido por outra grande primessa vinda da Formula 3000: o italiano Alessandro Zanardi. Nas três corridas finais, Zanardi acaba por duas vezes na nona posição.
No final da época de estreia, a Jordan constitui a sensação do ano, conseguindo establecer-se como uma equipa do qual todos têm simpatia por ele. E tudo graças a um chassis bem desenhado, pilotos competentes e um bom motor. Um exemplo que deveria ser seguido por muitas equipas. Quando a Jordan, foi uma equipa de referência durante as 15 temporadas seguintes, vencendo quatro corridas e sendo candidata ao título em 1999, através de Heinz-Harald Frentzen. Vendida em 2005 para a Midland, teve como supla final o indiano Narain Karthikayean e o português Tiago Monteiro. Desde então mudou de nome por três vezes: primeiro Midland (2006), depois Spyker (2007) e agora Force India (2008).
Carro: Jordan 191 Projectista: Gary Anderson Motor: Cosworth V8 de 3 Litros Pilotos: Andrea de Cesaris, Bertrand Gachot, Michael Schumacher, Roberto Moreno, Alessandro Zanardi. Corridas: 16 Vitórias: 0 Poles: 0 Voltas Mais Rápidas: 1 (Gachot 1) Pontos: 13 (De Cesaris 9, Gachot 4)
Fontes:
Livro: Anuário Formula 1 91/92 - Francisco Santos. Edições Talento
http://en.wikipedia.org/wiki/Jordan_Grand_Prix
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