Depois das ameaças terroristas que fizeram com que o Dakar fosse cancelado na véspera da largada, nesta sexta-feira em Lisboa, o Rally Internacional dos Sertões, realizado há 16 anos no Brasil, pode ser a melhor alternativa para esse tipo de competição que envolve carros, motos, caminhões e quadriciclos.
A prova brasileira, que é o maior evento off-road das Américas, acontecerá de 18 a 28 de junho e terá cerca de 5 mil quilômetros entre Goiás, na região central do país, e o Nordeste.
O Sertões tem vários pontos a favor. Já faz parte do Campeonato Mundial de Rally Cross Country para motos e quadriciclos e está no calendário oficial da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) desde 2007. Também oferece todas as vantagens para a realização desse tipo de prova: no Brasil não existem ataques ou ameaças terroristas; as regiões por onde passa a competição têm baixa densidade demográfica (segurança a mais para a população local) e, ao contrário de outros ralis, o roteiro seria desenvolvido em um país, uma preocupação a menos para os participantes – apenas uma moeda local, política e costumes únicos e somente um idioma. O Dakar atravessa pelo menos cinco países, cada um com características próprias.
O Sertões já contou com a participação de grandes nomes do rali, como o francês Cyril Després, campeão do mundo e também do Dakar nas motos, os espanhóis Marc Coma e Jordi Arcarons e o austríaco Heinz Kinigadner, entre outros.
A prova brasileira é organizada pelo empresário Marcos Ermírio de Moraes, presidente da Dunas Race. A largada acontecerá em Goiás e a chegada vai ser em uma praia do Nordeste. Ao todo serão, aproximadamente, 5.000 quilômetros. Em 2007, o Sertões reuniu 250 participantes distribuídos em 82 motos, 60 carros, 10 caminhões e oito quadriciclos. Os vencedores foram José Hélio (motos), Maurício Neves/Clécio Maestrelli (carros), Edu Piano/Solon Mendes/Davi Fonseca (caminhões) e Maurício Costa Ramos, o Índio (quadriciclos).
- Responsabilidade sócio-ambiental
Outro ponto que destaca o Sertões no calendário internacional são as ações sócio-ambientais desenvolvidas pelo evento. Apenas em 2007, 355.293 de pessoas 10 cidades das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste foram beneficiadas de forma direta com importantes iniciativas nas áreas de saúde, meio ambiente, cultura e educação. Os trabalhos sociais são desenvolvidos no Sertões desde 2002.
Já na área ambiental, o pioneiro projeto do Rally dos Sertões foi reconhecido internacionalmente no final do ano passado, tanto que ganhou o Prêmio Latino-Americano de Meio Ambiente (oferecido pela União Latino-Americana de Motociclismo, entidade ligada à Federação Internacional de Motociclismo). Há sete anos, o evento entrega a todos os participantes sacos plásticos de cem litros, sacolinhas para os carros e cinzeiros, para que ninguém jogue pontas de cigarro no chão, além de uma cartilha sobre a importância das iniciativas.
São indicados ainda onde estarão os coletores de óleo, de pilhas e da área de concentração do lixo. Depois da partida do último veículo em cada etapa, uma equipe segue o percurso da prova, recolhendo qualquer tipo de detrito. Outro destaque é a coleta de óleo derramado no solo, que exige uma série de procedimentos para que nada fique no meio ambiente.
fonte: FinalSports
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