Cancelamento da competição prejudicou muitos intervenientes
O cancelamento da edição do rali Lisboa-Dakar 2008 já levou a que várias autarquias envolvidas exigissem uma indemnização, no valor dos seus gastos, à organização da prova. O total ronda os 1,53 milhões que são reclamados sobretudo pelas Câmaras de Benavente e de Portimão.
A organização Amaury Sport Organization (ASO), cujo parceiro em Portugal é a Lagos Sports, anulou a competição devido a dúvidas sobre as condições de segurança na Mauritânia, onde seriam passados vários dias de prova. A ASO disse ainda haver «ameaças directas contra a prova» por parte da Al-Qaida.
Obviamente que uma decisão destas tem inúmeras consequências. Envolvidos estavam não só os organizadores e Governos dos países que faziam parte do trajecto, mas também patrocinadores, autarquias, empresas de eventos e de restauração, hotelaria e, claro, os pilotos e suas equipas.
De acordo com o que a Agência Financeira apurou, a Câmara de Benavente, a primeira a falar no assunto, quer ser ressarcida até 30 mil euros. «É uma profunda desilusão. Assinámos um compromisso e cumprimo-lo. Neste momento, estamos a tentar negociar com os serviços que não chegaram a ser prestados e que não se perderam de forma a diminuir ao máximo as perdas», referiu o presidente, António José Ganhão à AF. O município, que investiu em preparação das pistas, estacionamentos, espectáculos e outros, pretende agora entrar em diálogo com a João Lagos a fim de recuperar o dinheiro perdido.
Representante de Monchique acredita haver razões que não foram comunicadas
Mas o montante maior é reclamado por Portimão, onde se realizaria a segunda etapa e última da prova a ser disputada em solo português. Aqui os gastos chegaram aos 1,5 milhões de euros que a câmara quer recuperar.
Já o presidente do município de Monchique, Carlos Tuta, não questiona a atitude por parte da organização. «Não vou pedir rigorosamente nada», garante. O responsável acredita que a ASO deveria ter mais dados para além dos que revelou publicamente para tomar a decisão de anular o rali. Para além disso, Carlos Tuta diz que o grande investimento nos caminhos foi feito na última edição da competição (2007) e que este ano foi feita apenas uma «manutenção».
Festa no Montijo custou mais de 100 mil euros
Alcochete é outra das autarquias que não quer indemnização. «Houve investimento, mas não vamos pedir qualquer ressarcimento», disse um porta-voz à AF.
No que toca ao Montijo, mais precisamente à freguesia de Canha, não houve investimento. A festa que estava programada na região ficou totalmente a cargo da empresa de eventos Live It Well. Um dos sócios, Rui Braga, adiantou que em causa estão «mais de 100 mil euros». O responsável aguarda agora que a poeira assente para se reunir com a autarquia e ser recebido pela Lagos Sports com quem assegura ter boas ligações. Com vários concertos previstos e zona de restauração, eram esperadas cerca de 20 mil pessoas na noite de 5 de Janeiro.
fonte: Agencia Financeira
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