Piloto mantém objetivo de chegar a Dakar, mas ainda espera ganhar posições até o final da competição. Estreante na competição, Ambrósio acredita que seu desempenho até o momento está acima das expectativas iniciais. "Meu objetivo continua sendo o de chegar a Dakar. Ainda assim, acredito que estou saindo no lucro, pois embora tenha vindo para cá sem qualquer pretensão de resultado, já cheguei a estar entre os 50 primeiros na classificação geral", explica o piloto, que concluiu a 10ª etapa da competição, na terça-feira, na 55ª colocação na classificação geral.
Um dos motivos que levam o piloto a comemorar os resultados obtidos até agora é a recuperação rápida que teve do acidente sofrido em novembro do ano passado, na Patagônia, enquanto treinava ao lado dos pilotos Jean Azevedo e Sylvio Barros, que quase o impediu de participar da prova.
"Fui submetido a uma cirurgia no tendão do ombro direito a pouco mais de um mês para o início do Dakar e recebi a orientação dos médicos de que não teria condições de participar da prova", explica Carlos Ambrósio.
A vontade de disputar pela primeira vez na carreira o principal rali em âmbito mundial, porém, falou mais alto e o piloto seguiu para Portugal no dia 28 de dezembro. "Decidi participar da prova, mesmo sabendo que teria que imprimir um ritmo mais conservador para tentar chegar até Dakar".
Desde o início da competição até a 10ª etapa, apenas 141 pilotos da categoria motos permanecem na disputa, de um total de 263 pilotos inscritos. Entre os competidores que abandonaram a prova está o também estreante Sylvio Barros, companheiro de equipe de Carlos Ambrósio, que sofreu um acidente na quarta etapa. Os outros brasileiros que ainda seguem no rali são o experiente Jean Azevedo, da equipe Petrobras, e Dimas Mattos, integrante da ASW Brasil Team, que também corre pela primeira vez.
Primeiras impressões
Embora seja sua primeira experiência no Dakar, Carlos Ambrósio compara o nível técnico da prova ao do Rally Por Las Pampas Patagônia-Atacama, etapa do Campeonato Mundial de Rally Cross Country em que o piloto possui dois títulos de campeão, em 2004 (Categoria Production 450) e 2006 (Super Production 450).
A principal diferença, segundo ele, está nos "castigos da natureza" aos quais os competidores são submetidos durante a prova. "Houve uma etapa no Marrocos em que largamos por volta das três horas da manhã, em um dos dias mais frios que já enfrentei em toda a minha vida. Para piorar, logo no início da prova veio uma forte rajada de vento e areia, seguida por chuva intensa e lama, e terminando com nova tempestade de vento", conta o piloto.
Outra dificuldade apontada por Ambrósio está nas condições de descanso dos competidores ao término de cada etapa. "As provas são bem cansativas e, no final do dia, temos que montar nossas próprias barracas para dormir. No dia seguinte, encaixotamos tudo rapidamente para iniciar o deslocamento até o ponto de largada".
Atrapalhado por uma falha na caixa de direção de sua moto, Carlos Ambrósio fechou a primeira etapa da competição, ainda na Europa, na 167ª colocação. De lá para cá, o piloto iniciou uma corrida de recuperação e briga atualmente para se firmar entre os Top 50 na classificação geral das motos.
Nesta quarta-feira, a prova tem seqüência com o deslocamento de 280 quilômetros até a cidade de Ayoun-el-Atrous, última parada na Mauritânia. De lá, os pilotos largam no dia seguinte para mais 484 quilômetros até Kayes, no Senegal, dos quais 257 quilômetros serão cronometrados.
Fotos: Maindru
REUNION PRESS
RÉGIS CAVINATO
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